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sexta-feira, 28 de setembro de 2018

CARTA DE BENTO XVI POR OCASIÃO DO 1º CAMPO DE ESCOTEIROS REALIZADO POR BADEN POWELL

CARTA DO PAPA BENTO XVI 
AO PRESIDENTE DA CONFERÊNCIA EPISCOPAL
 DA FRANÇA  POR OCASIÃO DO CENTENÁRIO 
DA ABERTURA DO PRIMEIRO CAMPO DE ESCOTEIROS
 ORGANIZADO PELO LORD BADEN-POWELL

Ao Senhor Cardeal JEAN-PIERRE RICARD 
Arcebispo de Bordeaux Presidente da Conferência Episcopal da França

No dia 1 de Agosto de 2007 celebrar-se-á o centésimo aniversário da abertura, na ilha de Brownsea, na Inglaterra, do primeiro campo de escoteiros, organizado pelo Lord Baden-Powell. Em tal ocasião todas as pessoas, jovens e adultos que, no mundo, um dia pronunciaram a promessa escotista serão convidados, individualmente ou em grupo, a renová-la e a fazer um gesto em favor da paz, ressaltando assim como a vocação de "artífice da paz" está vinculada ao ideal escotista. Há um século, através do jogo, da acção, da aventura, do contacto com a natureza, da vida de grupo e do serviço ao próximo, a todos aqueles que se unem ao escotismo oferece-se uma formação integral da pessoa humana. Fecundado pelo Evangelho, o escotismo é não apenas um lugar de verdadeiro crescimento humano, mas também o lugar de uma vigorosa proposta cristã e de um genuíno amadurecimento espiritual e moral, assim como de um autêntico caminho de santidade; seria bom recordar, como ressaltava o Pe. Jacques Sevin, S.J., fundador do escotismo católico, que "a santidade não pertence a um período específico, nem possui um uniforme particular". O sentido das responsabilidades despertado pela pedagogia escotista conduz a uma vida na caridade e ao desejo de se colocar ao serviço do seu próximo, à imagem de Cristo servo, alicerçando-se na graça que Cristo oferece, em particular, através dos sacramentos da Eucaristia e do Perdão.

Juntamente com todas as pessoas que, no seu país, beneficiaram de uma estrutura escotista, tanto entre os Escoteiros e os Guias da França, como entre os Escoteiros e os Guias da Europa, ou ainda entre os Escotistas e os Guias unitários da França, rejubilo-me porque, a seguir ao apelo lançado em 1997 pelo meu predecessor a uma maior unidade no escotismo católico, se possam realizar colaborações no respeito pelas sensibilidades de cada um dos movimentos, em ordem a uma maior unidade no seio da Igreja. Com efeito, as directorias do escotismo recordar-se-ão que devem, em primeiro lugar, despertar e formar a personalidade dos jovens que lhes são confiados pelas famílias, educando-os a encontrarem-se com Cristo e a viverem na Igreja. É também importante que se manifeste e que se desenvolva, entre os escoteiros e entre os diferentes movimentos, a "fraternidade escotista", que faz parte do seu ideal inicial e que constitui, nomeadamente para as jovens gerações, um testemunho daquele que é o Corpo de Cristo em que, segundo a imagem de São Paulo, todos são chamados a cumprir uma missão, no lugar que lhes compete, a alegrar-se pelos progressos dos outros e a ajudar os seus irmãos na provação (cf. 1 Cor 12, 12-26).

Dou graças ao Senhor por todos os frutos que, ao longo deste século, o escotismo produziu. Juntamente com toda a Igreja, tenho confiança nos diferentes movimentos, Escoteiros da França, Escoteiros e Guias da Europa e Guias unitários da França, a fim de que continuem ao longo do caminho, numa ajuda recíproca cada vez mais vigorosa entre os movimentos, e proponham aos jovens e às jovens de hoje uma pedagogia que forme neles uma personalidade forte, fundamentada nos elevados ideais da fé e da solidariedade humana. A partir deste ponto de vista, a promessa e a oração escotistas constituem uma base e um ideal a desenvolver ao longo de toda a existência. Era o que já o Lord Baden-Powell recordava:  "Sede sempre fiéis à vossa Promessa escotista, mesmo quando deixardes de ser crianças e que Deus vos ajude a alcançar isto!". Quando o homem se esforça por ser fiel às suas promessas, o próprio Senhor consolida os seus passos.

Aos Escoteiros e Guias que compõem os três movimentos, aos jovens, aos adultos e aos capelães que os acompanham, às famílias, aos ex-Escoteiros e Guias, concedo do íntimo do coração, assim como a Vossa Excelência e a todos os Pastores da Igreja na França, a Bênção Apostólica.

Vaticano, 22 de Junho de 2007.

Fonte:https://w2.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/letters/2007/documents/hf_ben-xvi_let_20070622_scoutisme.html

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