TRISTEZA QUE GERA A MORTE E A VIDA!
Nesse artigo, quero me deter em um dos inúmeros livros que Joseph Ratzinger, Bento XVI, escreveu atualmente, Jesus de Nazaré. Com grande propriedade, esse ilustre e grande teólogo soube mostrar nesse livro um pouco mais da plenitude da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, Jesus de Nazaré. Minha intenção, é fazer um breve comentário de uma das muitas explanações teológicas que esse grande escritor concebeu nesse Livro, trata-se da: Traição de Judas e a Negação de Pedro, resultando em duas tristezas distintas, que respectivamente geraram a morte e a vida.
Para melhor compreender do que vamos tratar, será necessário antes conhecer o que realmente aconteceu. Para isso, utilizarei o Evangelho de S. Lucas 22,47-48 com a seguinte tradução: “Enquanto Jesus ainda falava, chegou uma multidão. Na frente vinha o chamado Judas, um dos Doze. Ele se aproximou de Jesus e o saudou com um beijo. Jesus disse: Judas, com um beijo você trai o Filho do Homem?”. Também Lc 22,61 retirado do mesmo evangelho que diz: “Então o Senhor se voltou e olhou para Pedro. E Pedro se lembrou de que o Senhor lhe havia dito: Hoje, antes que o galo cante, você me negará três vezes”. Embasado nessas passagens do Novo Testamento, Ratzinger encontra duas espécies de tristeza, e assim ele as comenta: “Uma tristeza que perdeu a esperança, que já não confia no amor nem na verdade e que por isso desagrega e arruína o homem por dentro; mas também há a tristeza que vem do abalo, da comoção provocada pela verdade, que leva o homem à conversão, à resistência contra o mal. Esta tristeza cura porque ensina o homem a acreditar e a amar de novo. Na primeira tristeza encontra-se Judas, o qual-tocado pelo susto provocado pela própria queda – já não ousa acreditar e, no desespero, se enforca. Na segunda espécie de tristeza encontra-se S. Pedro, o qual tocado pelo olhar do Senhor, desata em lágrimas, que são salvação: elas lavam em profundidade o terreno de sua alma. Ele começa de novo e torna-se novo”. E ainda ele complementa: “A Tradição encontrou ainda outro modelo de tristeza que cura: Maria, que com a sua irmã, a mulher de Cléofas, e com Maria de Magdala e com João, está de pé ao lado da Cruz. Junto da cruz de Jesus é que compreendemos melhor a palavra: bem-aventurados os que estão tristes, porque serão consolados. A tristeza de que o Senhor fala é o não-conformismo com o mal, é um modo de protestar contra o que todos fazem e que se impõem aos indivíduos como modelo de comportamento. Mas aos tristes é prometido a consolação, aos perseguidos é prometido o Reino de Deus; é a mesma promessa que é feita aos pobres em espírito. Ambas as promessas estão unidas lado a lado: o Reino de Deus, colocar-se sob a proteção de Deus e estar escondido no seu amor-aqui está a verdadeira consolação”.
Diante desse aprofundamento e/ou “novo olhar teológico” da Escritura, o Pontífice de Roma nos desvela a necessidade de realizar urgentemente uma instrospecção e se questionar: A tristeza que estou passando ou que já passei na minha existência é ou foi, fonte de morte ou de vida?
Referência
Biblía Sagrada: Edição Pastoral
Livro:Jesus de Nazaré (Joseph Ratzinger)
Por: Wander Venerio Cardoso de Freitas
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