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sexta-feira, 15 de abril de 2011

O "normal" e o "patológico" ... massacre do Rio...

O “normal” e o “patológico”: os riscos da estrutura de personalidade desajustada a partir do episódio de 7 de Abril de 2011 ocorrido numa Escola do Rio de Janeiro. Os assassinatos ocorridos na Escola Municipal, Tasso da Silveira, no Rio de Janeiro tem sido matéria de muitos comentários. O crime foi praticado pelo ex-aluno Wellington Menezes de Oliveira, de 24 anos. O rapaz ao chegar a Escola disse que estava ali para dar uma palestra. Em seguida, sacou dois revólveres, invadiu as salas, matou 12 jovens e feriram outros 12. Somente parou ao ser baleado nas pernas por um policial militar. Wellington se suicidou com um tiro na cabeça. Imagina o sofrimento dos pais? A dor para conviver com essa barbárie. Vidas interrompidas sem motivo algum. Na carta deixada pelo assassino nota-se . . . . .. .
uma mistura de religião juntamente com alguns pedidos estranhos, como, por exemplo, o desejo de ter seu corpo enrolado num lençol branco e depois colocado no caixão. De ser sepultado ao lado da mãe. Que uma fiel fosse depois rezar em seu túmulo para Deus ter misericórdia de sua alma. Mas antes, ele fez referência à pureza. Dizia que seu corpo (depois de morto) não deveria ser tocado sem o uso de luvas, porque Deus não “gosta” dos impuros. E que seu corpo fosse tocado por pessoas castas ou virgens e, não por pessoas que supostamente estivessem numa relação matrimonial irregular.
Idéias confusas. Tratava-se de um jovem que não estabelecia relação social. Vivia isolado. Distante do convívio social. Segundo alguns psiquiatras e psicólogos, há indícios que esse rapaz era portador de um transtorno mental que nem sempre ouvimos falar. Trata-se de um transtorno cujo nome é Esquizóide. O que significa? A psiquiatria e a psicologia reconhecem como esquizóide a estrutura de personalidade que não estabelece vínculo social. Refere-se a um ser humano que se isola de tudo e de todos. Não tem amigos. Não estabelece afeto. Esse traço de personalidade cria seu próprio mundo: ali ninguém entra. Só ele (a) vive nesse mundo e, mais ninguém.
Entretanto, não significa que todo indivíduo esquizóide ou introvertido tem desejo de matar. De tirar vidas. O esquizóide apenas se isola da sociedade e do mundo. Porém, no caso de Wellington Menezes, tudo indica que seu caso extrapolou o universo esquizóide. Tornou-se um quadro psicótico. Significa que o transtorno mental rompeu a barreira entre o “normal” e o “anormal”, pois alcançou o estado extremo do traço de personalidade psicopatológica. Para ele não existia mais os princípios éticos e morais. O respeito pelo outro deixou de existir. Como também o sentimento de culpa. Ele desejava apenas uma coisa: tirar o maior número possível de vidas e depois colocar fim à própria existência. Com esse episódio, o governo brasileiro precisa sensibilizar-se e investir cada vez mais na Psicologia Escolar. Um trabalho entre escolas, estudantes e a família. Isso já acontece em boa parte dos paises da Europa. É a solução? Difícil responder que sim, mas ao menos uma tentativa para melhor orientar e desvelar possíveis pré-disposições de alguns transtornos mentais que, com o passar do tempo, poderão tomar proporções perigosas, como esse lamentável acontecimento na Escola Municipal Tasso da Silveira do Rio de Janeiro, ocorrido no dia 7 de abril de 2011.


Pe.Elismar Alves dos Santos, CSsR.
Psicólogo
Fonte:http://www.orapidinho.com.br 

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