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domingo, 10 de junho de 2012

Como Começa a Vida Cristã em Nós?


Devemos tornar claro, para nós mesmos, quando e como a verdadeira vida Cristã começa, de modo a vermos se temos dentro de nós o início dessa vida. Se não a temos, devemos aprender como iniciá-la, já que isso depende de nós. Ainda não é um sinal decisivo da verdadeira vida em Cristo, se alguém se chama de Cristão e pertence à Igreja de Cristo. "Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos Céus" "...porque nem todos os que são de Israel são israelitas" (Mt. 7:21; Rm. 9:6). Alguém pode ser contado entre os Cristãos e não ser Cristão. Isso é sabido por todos. Há um momento, e é um momento muito notável, que é marcado profundamente no curso de nossa vida, quando uma pessoa começa a viver de maneira Cristã. Esse é o momento quando ....
começa a estar presente na pessoa as características distintivas da vida Cristã. Vida Cristã é zelo e força para permanecer em comunhão com Deus, por meio de ativo atendimento de Sua santa vontade, de acordo com nossa fé em nosso Senhor Jesus Cristo e com auxílio da graça de Deus, para a glória de Seu santíssimo nome. A essência da vida Cristã consiste em comunhão com Deus, em nosso Senhor Jesus Cristo, em uma comunhão com Deus que usualmente no início, está escondido não só dos outros, mas de nós próprios. O testemunho desta vida que é visível, ou pode ser sentida em nós, é o ardor do zelo ativo em agradar só a Deus de uma maneira Cristã, com total sacrifício e ódio de tudo aquilo que se opõe a isso. Assim, quando esse zelo ardoroso começar, a vida Cristã terá o seu começo. A pessoa, na qual esse ardor é constantemente ativo, é uma pessoa que está vivendo de maneira Cristã. Nesse ponto, devemos fazer uma pausa e prestar mais atenção nessa característica distintiva. "Vim lançar fogo na terra," diz o Salvador, "e que mais quero, se já está aceso?" (Lc. 12:49). Ele aqui está falando da vida Cristã, e diz isso porque o testemunho visível dessa vida é o zelo por agradar a Deus que está no coração pelo espírito de Deus. Isso é como fogo, porque, como este devora o material no qual se propaga, assim também o zelo pela vida em Cristo, devora a alma que o recebe. Da mesma forma que, durante o período do incêndio, as chamas tomam conta de todo o edifício, também o fogo do zelo, uma vez recebido, abarca e preenche todo o ser de um homem. Em outra passagem, o Senhor diz, "... cada um será salgado com fogo" (Mc. 9:49). Essa é também uma indicação do fogo do espírito que, em seu zelo, penetra todo nosso ser. Assim como sal, penetrando em matéria decomponível, preserva a mesma de ser decomposta, também o espírito do zelo, penetrando todo nosso ser, bane o pecado que corrompe nossa natureza, tanto no corpo como na alma. Bane o pecado, mesmo dos últimos lugares onde estava instalado em nós, salvando-nos assim do vício moral e da corrupção. O apóstolo Paulo comanda: "não extingais o espírito (1Ts. 5:19) e não sejais vagarosos no cuidado: sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor (Rm. 12:11). Comanda isso para todos os Cristãos, de modo que possamos nos lembrar que o fervor do espírito, ou empenho ativo, é um atributo inseparável da vida Cristã. Em outra passagem, o Apóstolo fala de si próprio assim: "... esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus" (Fp.3:13-14). E para outros ele diz: "correi de tal maneira que o alcanceis" (1Co. 9:24). Isso significa que, na vida Cristã, o resultado do fervor do zelo é uma certa rapidez e vivacidade de espírito, com as quais as pessoas executam as obras agradáveis a Deus, desconsiderando-se, forçando-se e, voluntariamente, oferecendo como um sacrifício para Deus, todos os tipos de trabalhos, sem poupar-se. Tendo um embasamento sólido em tal entendimento, pode-se facilmente concluir que um atendimento frio das regras da Igreja, como a rotina nos negócios, que é estabelecida pela nossa mente calculadora, ou como comportamento correto e digno e honestidade de conduta, não são indicadores de que a verdadeira vida Cristã esteja presente em nós. Tudo isso é bom; porém, como não carrega em si o espírito de vida em Cristo Jesus, não tem absolutamente nenhum valor perante Deus. Essa coisas são então como as estátuas sem alma. Bons relógios também funcionam bem, mas quem dirá que existe vida neles? Dá-se o mesmo com o comportamento humano. "Eu sei as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto" (Ap.3:1). Essa boa ordem na conduta de alguém pode, mais do que qualquer outra coisa, conduzir esse alguém ao logro. Seu verdadeiro significado (da boa ordem da conduta) depende da disposição interna desse alguém, pela qual é possível que existam desvios significativos das reais justiça e retidão, nos atos justos e retos praticados. Assim, enquanto refreando-se externamente de atos pecaminosos, pode-se ter uma atração por eles, ou um gosto vindo deles no coração. Igualmente, praticando-se atos de justiça externamente, pode-se não ter nesses atos o coração. Só o zelo verdadeiro quer ao mesmo tempo, em que faz o bem, em sua totalidade e pureza, perseguir o pecado em suas menores formas. Procura o bem como seu pão cotidiano e combate o pecado como a um inimigo mortal. Um inimigo odeia o inimigo não só pessoalmente, mas também seus parentes e amigos, seus pertences, sua cor favorita e qualquer coisa em geral que possa lembrá-lo. Assim também, o zelo verdadeiro em agradar a Deus persegue o pecado em suas menores lembranças ou marcas, em sua zelosidade pela pureza perfeita. Se isso não está presente, quanta impureza pode esconder-se no coração!

Fonte:http://www.fatheralexander.org

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