“Gostaria de acrescentar algo que, talvez, passamos por cima. O martírio de Dom Romero não ocorreu apenas no momento da sua morte. Foi um martírio-testemunho, sofrimento anterior, perseguição anterior, até a sua morte. Mas também foi posterior, porque, uma vez morto – eu era sacerdote jovem e fui testemunha disso –, ele foi difamado, caluniado, sujado, ou seja, o seu martírio continuou inclusive por parte dos seus irmãos no sacerdócio e no episcopado. Não falo por ter ouvido dizer. Eu escutei essas coisas. Ou seja, é lindo vê-lo também assim, um homem que continua sendo mártir – bem, agora eu acredito que quase ninguém se atreva [a fazer isso] –, mas que, depois de ter dado a sua vida, continuou dando-a, deixando-se açoitar por todas essas incompreensões e calúnias. Isso dá força, só Deus sabe, só Deus sabe as histórias das pessoas, e quantas vezes pessoas que já deram sua vida ou morreram continuam sendo apedrejadas com a pedra mais dura que existe no mundo: a língua.” (Papa Francisco).
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