O Diaconato é o primeiro grau do Sacramento da Ordem na Igreja Católica, precedido pelo Presbiterado (2º grau) e seguido pelo Episcopado (3º grau). Instituído pelos Apóstolos, conforme registrado no livro dos Atos dos Apóstolos, a ordenação dos primeiros sete diáconos — Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas, Nicolau, Prosélito de Antioquia — foi um marco importante (At 6,1-6). Há dois tipos de diáconos: os transitórios, que recebem o Sacramento da Ordem no grau do diaconado com o objetivo de se tornarem presbíteros, e os permanentes, que são casados e não podem ascender ao grau superior.
Funções e Carisma do Diácono
Os diáconos, que podem ser homens casados ou celibatários, são colaboradores do bispo e do presbítero, recebendo uma graça sacramental única. O carisma do diácono é um sinal sacramental de Cristo Servo e tem um papel significativo na realização missionária com foco na libertação integral do homem, conforme destacado no Documento de Puebla (697). O Concílio Vaticano II, em seu documento Lumen Gentium, enfatiza que “a missão do diácono é servir o povo de Deus na Diaconia da Liturgia, da Palavra e da Caridade” (LG 29).
O Sacramento da Ordem e a Imposição das Mãos
O Sacramento da Ordem no Diaconato é recebido através da imposição das mãos do bispo, não com o intuito de sacerdócio, mas para ministério (Lumen Gentium 29). Com a ordenação, o diácono passa a ser parte do clero, recebendo um caráter espiritual indelével. O Catecismo da Igreja Católica afirma que este sacramento não pode ser reiterado (CIC N. 1582). O diaconato permanente existiu na Igreja Ocidental até o século V, quando desapareceu por várias razões, sendo restaurado pelo Concílio Vaticano II e regulamentado pelo Papa Paulo VI em 1967 no Motu Próprio "Sacrum Diaconatus Ordinem".
Perfil do Diácono
São Paulo, em sua Carta a Timóteo, descreve o perfil do diácono: “Os diáconos devem ser dignos, de uma só palavra, não inclinados ao vinho, sem cobiçar lucros vergonhosos, conservando o mistério da fé com uma consciência limpa. [...] Os diáconos sejam casados uma só vez, governando bem os seus filhos e a sua própria casa” (I Tm 3,8-10.12-13). Antes de ser ordenado, o candidato deve demonstrar vocação para servir à Igreja e ter recebido os Sacramentos da Iniciação Cristã — Batismo, Confirmação e Eucaristia, considerados “os fundamentos de toda vida cristã” (CIC N. 1212).
Os Sete Sacramentos
A Igreja ensina que os sacramentos foram instituídos por Cristo e são sete: Batismo, Confirmação, Eucaristia, Penitência, Unção dos Enfermos, Ordem e Matrimonio (CIC N. 1210). O diácono permanente é, portanto, o único na hierarquia da Igreja que pode receber todos os sacramentos ao longo da vida, exceto a Confissão, a Eucaristia (Santa Missa) e a Unção dos Enfermos. Apesar disso, o diácono pode receber a Unção dos Enfermos caso adoeça e deve se manter sempre em busca do perdão de Deus, conforme diz a Sagrada Escritura: "Não há homem justo sobre a terra que faça o bem sem jamais pecar" (Ecl 7,20).
Dupla Sacramentalidade do Diácono
O Documento de Santo Domingo destaca que o diácono permanente vive a dupla sacramentalidade da Ordem e do Matrimônio: “Queremos ajudar os diáconos casados que sejam fiéis à sua dupla sacramentalidade: do matrimônio e da ordem” (Documento de Santo Domingo, 77). Assim, o diácono se torna um colaborador qualificado para abordar as diversas realidades emergentes em nossas comunidades.
Conclusão
Em suma, o diácono permanente é um dom valioso do Espírito Santo para a Igreja contemporânea. Ele atua como mestre, proclamando e esclarecendo a palavra de Deus, e é um santificador, administrando o Batismo e os sacramentais, além de ser um guia para a comunidade. O papel do diácono é essencial para a missão da Igreja, e sua vocação deve ser valorizada e reconhecida em todas as suas dimensões.
POR: WANDER VENERIO CARDOSO DE FREITAS
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