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domingo, 31 de maio de 2020

A Psicologia e a Espiritualidade da Masturbação: Reflexões e Soluções

Muito já se escreveu sobre masturbação, mas alguém pode se perguntar: por que abordar mais esse tema? A resposta está nas novas maneiras de se compreender o problema e na experiência adquirida no contato com pessoas que buscam se libertar da prática. A partir do estudo sobre vícios sexuais, do qual a masturbação é um exemplo notável, pude identificar vários insights sobre a psicologia por trás desse comportamento. Grupos de apoio como Sexaholics Anonymous (S.A.), Sex and Love Addicts Anonymous (S.L.A.A.) e Courage têm se mostrado eficazes em tratar o problema de forma séria.

Outro motivo que me leva a escrever sobre o tema é o fato de muitas pessoas que lutam contra essa fraqueza não receberem aconselhamento espiritual adequado. Em alguns casos, são até mal orientadas, sendo levadas a crer que a masturbação melhora a performance no casamento ou faz parte da recuperação de dificuldades sexuais. No entanto, o vício em masturbação atinge pessoas de todas as idades — desde crianças até idosos.

Aspectos Psicológicos da Masturbação

A masturbação é frequentemente chamada de "auto-abuso" ou, em termos mais clínicos, "auto-estimulação". Quando esse comportamento ocorre durante o sono, é conhecido como polução noturna. O Pe. Benedict Groeschel utiliza o termo masturbação para referir-se a ações ocorridas no estado de sono ou quase sono, reservando o termo "autoerotismo" para descrever adolescentes mais velhos e adultos que encontram na masturbação um substituto frustrante para experiências reais.

O Pe. Jos. Farraher, S.J., define a masturbação como a estimulação dos órgãos sexuais externos até o clímax ou orgasmo, seja através de toques físicos ou de estímulos como figuras e imaginações. Essa definição também abrange a masturbação mútua, na qual duas pessoas se estimulam mutuamente.

Uma descrição notável sobre o hábito da masturbação vem de uma carta de C.S. Lewis, citada por Leanne Payne no livro The Broken Image. Nela, Lewis argumenta que o verdadeiro mal da masturbação está no fato de que ela faz com que o indivíduo se volte para si mesmo, alimentando fantasias que nunca poderão ser igualadas por relações reais. Para ele, esse comportamento é uma prisão pessoal, que impede a pessoa de se abrir ao amor e à intimidade com outra pessoa.

Causas do Hábito da Masturbação

A masturbação é um fenômeno complexo. Para compreendermos por que uma pessoa se entrega a esse hábito, é necessário conhecer sua história e suas motivações. Um dos fatores mais comuns que levam ao comportamento masturbatório é a solidão. Sentimentos de isolamento e frustração levam muitos a se refugiarem em fantasias sexuais como uma forma de escape da realidade.

O isolamento e a solidão estão frequentemente associados à auto-depreciação e ao ressentimento. Quando o mundo real se torna desafiador, muitos recorrem à fantasia como uma fuga, e essa fantasia sexual pode se transformar em vício, como bem descrito por Patrick Carnes em seus estudos sobre vícios sexuais. Uma vez que a pessoa se torna prisioneira desse comportamento, pode ser necessário um processo terapêutico combinado com direção espiritual para superar o vício.

Abordagem Religiosa e Espiritual

Na pastoral, especular sobre o grau de responsabilidade de uma pessoa pelo seu passado de masturbação não tem utilidade. O mais importante é ajudá-la a construir um plano espiritual para o futuro. Um equívoco comum é pensar que os adolescentes abandonarão a masturbação naturalmente ao se tornarem adultos. Isso nem sempre acontece. Muitos adultos continuam lutando contra o hábito, mesmo após o casamento.

Além disso, em alguns contextos, a masturbação é até recomendada como forma de aliviar tensões ou como parte de terapias sexuais, o que contribui para a confusão em torno da moralidade desse ato. Para muitos terapeutas e conselheiros, o problema da masturbação é minimizado, tratado como algo inofensivo. Contudo, a abordagem correta é encarar o hábito como uma desordem que pode ser superada com esforço espiritual.

A Masturbação entre Adolescentes e Adultos

Os adolescentes, em particular, são constantemente bombardeados com estímulos sexuais pela mídia, e muitos pais não fornecem a orientação moral necessária. Como resultado, é comum que eles desenvolvam o hábito da masturbação antes mesmo de entenderem que se trata de algo moralmente errado. Esses jovens muitas vezes evitam discutir o problema com adultos e se refugiam em um mundo de fantasia sexual.

Já entre os adultos jovens, o problema muitas vezes persiste devido ao estímulo constante da mídia e ao adiamento do casamento. Alguns solteiros, por não estarem em relacionamentos sérios, também recorrem à masturbação e à fantasia como um substituto para a intimidade real. Isso pode, eventualmente, levar à perda da habilidade de se conectar com outras pessoas de forma saudável e autêntica.

Quanto aos adultos mais maduros, muitos continuam a lutar contra o hábito, especialmente aqueles que não escolheram uma vocação clara, como o matrimônio ou a vida religiosa. A falta de direcionamento espiritual pode levar a um aumento na prática da masturbação, o que gera sentimentos de vergonha e culpa, perpetuando o ciclo vicioso.

Diretrizes Espirituais para Superar a Masturbação

Para ajudar uma pessoa a superar o vício da masturbação, é importante seguir algumas diretrizes espirituais:

  1. Reflexão sobre o sentido da vida: Ajude a pessoa a refletir sobre seus objetivos, conquistas e frustrações. A masturbação é frequentemente um sintoma de inquietação, e é necessário tratar as causas emocionais subjacentes.

  2. Construção de um projeto espiritual: Colabore na criação de um plano de vida espiritual, que inclua oração, sacrifícios e atos de caridade.

  3. Reconhecer o poder da fantasia: A masturbação está profundamente ligada à fantasia sexual. A pessoa precisa aprender a retornar à realidade o mais rápido possível, através da oração e de atividades práticas, como caminhadas ou tarefas domésticas.

  4. Participação em grupos de suporte: Grupos como o Sexaholics Anonymous oferecem um ambiente de apoio, onde a pessoa pode compartilhar suas dificuldades e encontrar forças para superar o vício.

A masturbação é um problema complexo, que envolve aspectos psicológicos, emocionais e espirituais. Entretanto, com o devido apoio espiritual e psicológico, é possível superá-la e encontrar uma vida mais plena e significativa.

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