E, de fato, as pessoas muito religiosas imediatamente tentam se defender dessa reviravolta, que atrapalha suas certezas. E eles dizem claramente, que "Moisés, na lei, nos ordenou ...": se atirarmos pedras nela, não estamos fazendo uma coisa errada, estamos cumprindo uma ordem divina. E assim estamos certos. Ela morre, do homem com quem estava ( em flagrante adultério ) nenhuma palavra, mas ainda temos razão.
É sempre a mesma história, aquela que encontramos no relato da queda (Gn 3, 12-13) em que emerge um traço central no pecado das origens, a saber, a recusa da responsabilidade: "a culpa é da mulher que você, Deus, você coloca ao lado; é culpa da serpente que tu, Deus, criaste”. Agora, aqui, uma mulher que pecou pode morrer e a culpa é só dela, como está escrito na lei que você, Deus, deu a Moisés.Mas Jesus, que veio nos mostrar o rosto em cuja imagem fomos criados, s ó pode trazer cada um de volta, com absoluta simplicidade, à verdade de si mesmo. "Quem entre vocês está sem pecado...": é inútil me esconder atrás da ilusão de estar certo. A justiça, em Deus, é amor sem medida. E, ao contrário, estou ao meu redor, fora: por verdadeira relação com Deus e por amor aos meus irmãos e irmãs, e meço, sorvo e peso o dom de mim mesmo, o acolhimento, o perdão. Estou maduro o suficiente ( começando pelos mais velhos ) para reconhecê-lo, e largar as pedras que tenho nas mãos e que pesam no meu coração?
Agora estou sozinho, no meio, diante de Jesus, que não me condena, mas me liberta, mesmo das ilusões do bem, para me empurrar para o melhor de mim. E à paz interior, da qual brota toda a paz familiar e social.
Então só posso invocar: Senhor, ensina-me a rezar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por nos visitar! Volte sempre! Pax et bonum!