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sexta-feira, 28 de agosto de 2009




Santa Mônica


Sabemos pouco sobre a infância de Santa Mônica; muito do que nos chegou sobre sua vida foi através das "Confissões" de Santo Agostinho, seu filho. Ela nasceu em Tagaste, Algéria, em 332. Casou-se cedo com Patrício; ele era pagão e tinha um temperamento violento. A vida de casada de Mônica era muito difícil, seu marido se aborrecia com suas orações. Muitas mulheres de Tagaste tinham problemas em casa e Mônica, com sua doçura e paciência, era um exemplo para elas.
O casal teve três filhos: Agostinho, Navigius e Perpétua. Nenhum deles foi batizado enquanto pequeno. Agostinho lhe dava muitos problemas e foi mandado para Madaura para estudar. Ela teve uma compensação: a conversão de seu marido, que morreu logo depois. Santa Mônica decidiu não se casar novamente. Nesse ínterim, Agostinho foi seguir seus estudos em Cartago, onde aderiu à seita dos maniqueus.
De volta em casa, Agostinho levanta proposições heréticas e sua mãe o expulsa, mas ela volta atrás. Santa Mônica vai se aconselhar com um bispo, que a ajuda a perceber que o tempo da conversão de Agostinho ainda não tinha chegado.
Agostinho viaja escondido para Roma e sua mãe o segue. Quando ela chega, ele já tinha partido para Milão e ela continua em seu percalço; chegando, ela conhece o bispo de Milão, Santo Ambrósio, que contribui para a conversão de Santo Agostinho em 386. Agostinho é batizado no ano seguinte, na igreja de São João Batista, em Milão. Ainda em 387 resolvem voltar à África e Santa Mônica morre na viagem, em Ostia, perto de Roma, onde é enterrrada.
Santa Mônica fica como esquecida durante anos até que, no século XIII, seu culto começa a se espalhar e, no calendário da Igreja, foi marcado o dia 4 de maio, véspera da conversão de seu filho, para se realizarem festas em sua homenagem. Em 1430, o Papa Martinho V ordenou que suas relíquias fossem levadas para Roma e muitos milagres aconteceram no caminho, consolidando o culto da santa. O arcebispo de Rouen, Cardeal d'Estouteville, construiu uma igreja em Roma em honra a Santo Agostinho e depositou as relíquias de sua mãe em uma capela à esquerda do altar principal. O Ofício de Santa Mônica só entrou no Breviário Romano no século XVI.
Em 1850 foi criada na Notre Dame de Sion, em Paris, uma associação de mães cristãs com o patronato de Santa Mônica, com o objetivo de fazer orações mútuas por maridos e filhos. Esta associação foi elevada a arquiconfraria em 1856 e se espalhou rapidamente pelo mundo católico, com filiais em Dublin, Londres, Liverpool, Sidney e Buenos Aires.
Igreja no Rio de Janeiro: Av. Ataulfo de Paiva, 527 - Leblon - CEP 22440-030 - Tel 512-8657 - Fax 259-5978.


Oração:(para pedir a conversão de um filho)


Ó Santa Mônica, que pela oração e pelas lágrimas, alcançastes de Deus a conversão de vosso filho transviado, depois santo, Santo Agostinho, olhai para o meu coração, amargurado pelo comportamento do meu filho desobediente, rebelde e inconformado, que tantos dissabores causou ao meu coração e a toda a família. Que vossas orações se juntem com as minhas, para comover o bom Deus, a fim de que ele faça meu filho entrar em si e voltar ao bom caminho.
Santa Mônica, fazei que o Pai do Céu chame de volta à casa paterna o filho pródigo. Dai-me esta alegria e eu serei sempre agradecido(a).
Santo Agostinho, rogai por nós. Santa Mônica, atendei-me. Amén.

http://vida.de.santos.vilabol.uol.com.br/monica.html

sexta-feira, 21 de agosto de 2009


São Bernardo de Claraval

Em família privilegiada, de grande fortuna e poder, nasceu Bernardo, no final do século XI. Sua maior riqueza, porém, era uma arraigada fé católica. O pai, Tecelim, grande senhor, era bom e piedoso; e a mãe, Alícia, seria venerada como bem-aventurada pela Igreja na França. Quando nasceu Bernardo, o terceiro de sete filhos, além de o oferecer a Deus, como fazia com toda sua prole, ela consagrou-o ao serviço da Igreja.
A ciência dos santos, Bernardo a aprendeu com os pais; e a do mundo, com os padres da igreja de Châtillon-sur-Seine.
O menino era extremamente bem dotado. Além de boa aparência física, tinha Bernardo uma inteligência viva e penetrante, elegância de dicção, suavidade de caráter, retidão natural de alma, bondade de coração, uma conversa atraente e cheia de encanto. Ao par disso, uma modéstia e uma propensão ao recolhimento, que o faziam parecer tímido.

Radicalidade na prática da pureza

Com tantas qualidades naturais e uma posição social invejável, ao crescer poderia ter-se facilmente desviado para o mundanismo. Mas Bernardo provou que a alta condição social, se vivida com fé, pode até ajudar a prática da virtude. Seu temperamento, inclinado à meditação, abriu-se à ação da graça, que o levava a escolher sempre a virtude ao prazer, as coisas de Deus às do mundo.
Aos 19 anos era alto, bem proporcionado, com profundos olhos azuis iluminando um rosto varonil, emoldurado por uma loira cabeleira. Seu porte era ao mesmo tempo nobre e modesto.
Um dia, numa recepção social, a figura de uma jovem o atraiu e o perturbou. Imediatamente, para afastar aquela visão que se lhe tornou quase obsessiva, arrojou-se num tanque de água fria e ali permaneceu até que o tirassem. Fez então o propósito de consagrar-se totalmente a Deus.

Fundador de Claraval, atraía as almas para Deus

Santo Estevão Harding via maravilhado aquele jovem com maturidade e prudência de ancião. E apenas dois anos depois de sua entrada em Cister, envia-o como superior de um grupo de monges para fundar a abadia de Claraval. Bernardo tinha apenas 25 anos de idade.
A nova abadia ficava num lugar inculto e agreste, sendo por isso chamada de Vale do absinto. São Bernardo transformá-la-ia em Vale Claro, ou Claraval, espalhando sua fama por toda a França e, depois, pela Europa. Muitos eram os nobres que iam visitá-lo e acabavam ficando seus discípulos.
A pobreza da abadia nos seus inícios era espantosa: não tinham para comer senão ervas silvestres; mal se vestiam, sofrendo todas as intempéries. Essa era a riqueza desses verdadeiros heróis, que tudo tinham abandonado por Cristo.
Bernardo atingira um grau supereminente de amor de Deus e de união com a vontade divina, mas faltava-lhe ainda compreender bem a humana fraqueza de seus subordinados. Tinha escrúpulos de dirigi-los pela palavra, crendo que Deus lhes falaria no íntimo da alma muito melhor do que ele. Estava nessa tentação, quando um dia apareceu-lhe um Menino todo envolto numa luz divina. Com grande autoridade, este ordenou-lhe dissesse tudo quanto lhe viesse ao pensamento, porque seria o próprio Espírito Santo que falaria por sua boca. Ao mesmo tempo Bernardo recebeu uma graça especial de compreender as fraquezas dos outros e de se acomodar ao espírito de cada um, para ajudá-los a vencer suas misérias.
O modo como Bernardo atraía vocações para Claraval era milagroso. Por exemplo, todo um grupo de nobres, que por curiosidade quiseram um dia conhecê-lo. Atuava como se fosse um poderoso ímã para atrair almas a Deus.
A atração mais estrondosa foi a de Henrique de França, irmão do Rei Luís VII. Esse príncipe foi a Claraval tratar de um importante assunto com São Bernardo. Quando ia sair, pediu para ver todos os monges, a fim de se recomendar às suas orações. Bernardo disse-lhe que logo experimentaria a eficácia dessas orações. No mesmo dia Henrique sentiu-se tão tocado pela graça que, esquecendo-se de que era então o sucessor da coroa, quis ficar em Claraval. Mais tarde foi Bispo de Beauvais, e depois Arcebispo de Reims.
Com isso Claraval cresceu tanto, que habitualmente seu número era de 600 a 700 monges. Apesar disso, cada um mantinha isolamento interior e silêncio, como se estivesse só. Jamais um monge estava inativo, tendo sempre algum trabalho manual para fazer, se não estivesse em oração no coro ou em sua cela.
Com o tempo e o número crescente de vocações, Bernardo pôde fundar 160 casas de sua Ordem, não só na França mas também em outros países da Europa.

http://www.lepanto.com.br/dados/HagBClar.html

sábado, 8 de agosto de 2009



São Domingos

São Domingos de Gusmão nasceu em Caleruega, em Castela, a Velha (Espanha), em 24 de junho de 1170. Seus pais, de ilustre nascimento, foram Félix de Gusmão e Joana de Aza, que deram origem a uma família de santos. Além de Domingos, os dois outros filhos do casal morreram em odor de santidade. O primeiro foi Antônio de Gusmão, sacerdote que, distribuindo todos seus bens aos pobres, retirou-se a um hospital para servir Nosso Senhor Jesus Cristo em seus membros sofredores. Manes, o segundo, entrou depois para a Ordem dominicana, tornando-se grande pregador e exemplar religioso. Foi beatificado, juntamente com sua mãe, por Gregório XVI.
Não admira que, numa tal família, o menino Domingos se sentisse atraído para a virtude desde o berço. Conta a tradição que, antes de ele nascer, sua mãe fez uma novena no santuário de São Domingos de Silos, e que no sétimo dia, o santo abade apareceu-lhe rodeado de glória, para anunciar-lhe que o filho que trazia no ventre seria a luz do mundo e a consolação de toda a Igreja. Pouco depois ela viu em sonhos que dava à luz um pequeno que tinha uma tocha na boca e com ela começou a incendiar o mundo.

Encontro de dois santos exponenciais

Numa das viagens de Domingos a Roma, encontrou-se por acaso com Francisco de Assis, que para lá tinha ido a fim de obter a aprovação de sua obra. Sem se conhecerem anteriormente, eles dirigiram-se um ao outro e abraçaram-se, enquanto dizia Domingos: “Somos companheiros e criados de um mesmo Senhor; os mesmos negócios tratamos; os mesmos são nossos intentos; caminhemos como se fôssemos um só, e não haverá força infernal que nos desbarate”.
São Domingos de Gusmão faleceu aos 51 anos de idade, em 1221, e foi canonizado por Gregório IX em 1234.

http://www.lepanto.com.br/dados/HagDomingGusm.html


BEATO DAMIÃO DE MOLOKAI

Damião De Veuster nasceu no dia 3 de janeiro de 1840, na Bélgica, e morreu no dia 15 de abril de 1889, com o corpo e o rosto desfigurados pela lepra. Declarado bem-aventurado pelo papa João Paulo II, a figura deste missionário continua suscitando perguntas sobre a radicalidade de sua entrega.
Enviado para o Havaí, Damião deixa o porto de Brema, na Alemanha, em 1863.
Distribui seu retrato aos familiares, sabendo que nunca mais iria revê-los, e carrega consigo somente um pequeno crucifixo, único companheiro de sua vida missionária. A entrega total de sua vida a Deus e à causa missionária começa já neste momento da saída definitiva, para não voltar mais.
A missão é sempre um caminho sem retorno. Arrebatado pelo amor de Jesus, o missionário vive completamente pelo Reino.
Quando, em 1873, o bispo Maigret convoca os missionários e revela sua preocupação e dor pela situação de miséria e abandono em que se encontravam os leprosos na ilha de Molokai, Damião se oferece, como o primeiro, a pisar naquela ilha “maldita”.
A lepra, naquele tempo, era um verdadeiro terror para todos.
Quem se contagiasse deixava de fazer parte da sociedade civil e era totalmente segregado. Os leprosos daquela área eram obrigados a procurar Molokai e viver como animais, até a morte. Damião chega à ilha no dia 10 de maio de 1873.
Um grande grupo de leprosos aproxima-se e ele não hesita em apertar a mão de cada um.
Bem cedo, torna-se a única esperança daqueles pobres. Ama-os e identifica-se com eles. Começa sempre seus discursos com as palavras: “nós, leprosos”. Ainda não sabe que, mais tarde, isso será realidade também para ele. Ajuda a organizar a comunidade dos leprosos e a garantir-lhes uma dignidade.
Esta completa dedicação faz-se amor sem limites. Compartilhando a vida dos excluídos, luta para que não vivam como animais. A dedicação faz o missionário solidário. Morre leproso e abandonado com seus amigos leprosos.
A vida de Damião de Molokai revela algo de fundamental para o caminho da missão: o amor a Jesus Cristo traduz-se numa vida doada e oferecida aos mais pobres e excluídos, sem reservas e até às últimas conseqüências. Não se pode reter uma parte de si mesmo. Não pode ser oferecido algo de supérfluo.
A missão é um projeto de vida doada para sempre e em toda sua radicalidade.
A fonte para tal heroísmo pode ser expressada com estes termos: a vida adquire seu maior significado e tem valor de imortalidade, quando é doada aos pobres, sem reservas, por amor a Jesus e ao seu Reino.
A figura de Pe. Damião de Molokai é tão significativa na história missionária e na vida do povo do Havaí que, quando se tratou de indicar um símbolo do novo Estado que estava se formando, sua pessoa foi lembrada.
Em 1965, o Estado das ilhas do Havaí, tornando-se o qüinquagésimo Estado da Federação norte-americana, escolhe ser representado pela imagem do Pe. Damião de Molokai no Statuary Hall do Capitólio de Washington.
A estátua do religioso, obra de um artista de New York de origem venezuelana, Marisol Escobar, encontra-se lá, desde 1969.

http://afamiliacatolica.blogspot.com

sábado, 1 de agosto de 2009


1° DE AGOSTO - SANTO AFONSO DE LIGÓRIO - A PROFECIA SE CUMPRIU AO PÉ DA LETRA

Os missionários redentoristas estão festejando seu fundador Santo Afonso Maria de Ligório (1696-1789). Italiano, filho de família nobre. Alguns dias após seu nascimento, os país receberam a visita de um santo missionário, Frei Francisco Jerônimo. A mãe apresentou-lhe o menino e pediu que o abençoasse. Qual outro Simeão, tomou-o nos braços, olhou para ele demoradamente, depois o abençoou dizendo:
- Esta criança não morrerá antes dos 90 anos. Será bispo e fará grandes coisas por Jesus Cristo.
A profecia verificou-se ao pé da letra. Sua vida se divide em duas etapas decisivas. A primeira (do nascimento até os trinta anos), foi marcada por uma sucessão de triunfos e vitórias como advogado. A segunda, pelo abandono definitivo da carreira jurídica e pela entrega total ao serviço de Deus e sequência ininterrupta de atos heróicos como padre missionário, escritor, bispo, compositor, poeta e pintor religioso.
Pregou muitas missões, foi bispo durante 13 anos. Aplicou na Pastoral todos os seus dons de pregador, pintor, poeta, escritor, músico e arquiteto. Morreu com 91 anos, após um calvário de doenças.

“Tenho compaixão deste povo”

Certa vez abateu-se sobre a região de Santa Ágata, onde era bispo, uma terrível carestia, agravada ainda mais pelos aproveitadores da situação calamitosa.
Afonso abriu as portas de sua casa aos desabrigados; e os celeiros aos famintos. Distribuiu centenas de toneladas de alimentos às centenas de pedintes, todos os dias. Como foi possível distribuir tantos víveres? Profeta que era, previu essa calamidade e mandou comprar e armazenar grande estoque de alimentos.

Humorista fino

Citemos algumas passagens da sua vida onde se mostra este lado humorista:
- Se, ao escrever a biografia dos santos, a gente contasse também seus defeitos, o livro aumentaria duas vezes mais.
- Ao dentista que lhe extraiu o último dente, disse: “Agora, caro Nicodemo, de hoje em diante você não verá mais um centavo meu”.
- A pedra do seu anel episcopal era de fundo de garrafa. Quando alguém lhe sugeriu que arranjasse um anel mais decente, respondeu: “Você não sabe que quebrei a melhor garrafa que tinha, para fabricar este anel?

http://www.boletimpadrepelagio.org/

sábado, 25 de julho de 2009

SANTA ANA E SÃO JOAQUIM PADROEIROS DOS AVÓS



A tradição nos conta que São Joaquim era um rico fazendeiro e possuía um grande rebanho e que se casou com Ana quando ainda era jovem. Como não tivesse filhos durante muitos anos, Joaquim era publicamente ridicularizado, porque naquela época não ter filhos era considerado uma punição de Deus. Ana chorava e orava a Deus para atendê-la quando pedia um filho. Um dia Ana estava orando e um anjo disse a ela que Deus a atenderia. O anjo disse ainda que o seu filho seria honrado e louvado por todo o mundo. Conta-nos também a tradição que Ana respondeu ao anjo “se eu conceber um filho ou filha será dom do meu Deus e eu servirei a Ele por toda a minha vida”.
Santa Ana deu a luz a Maria, mãe de Jesus, quando tinha cerca de 40 anos e cumpriu a sua promessa. Ofereceu Maria ao serviço de Deus, no templo. Quando tinha 3 anos de idade. Sabe-se também que Santa Anna e São Joaquim viveram para ver o seu Divino Neto no Templo de Jerusalém discutindo com os doutores e logo depois morreram.
Nossa Senhora ao nascer, tirou dos ombros de Santa Ana e São Joaquim o peso de uma vida estéril e ainda os recompensou pela fé ao ser escolhida para ser a Mãe do Filho de Deus.


São João Damasceno escreve essa maravilha sobre Santa Ana e São Joaquim: “conservando a castidade prescrita pela lei da natureza, alcançastes de Deus aquilo que supera a natureza, gerastes para o mundo a mãe de Deus”. Vós vivendo santamente segundo a natureza humana, destes à luz uma filha superior aos anjos de agora, rainha dos anjos. Ó casal feliz, Ana e Joaquim, a vós toda criação se sente agraciada. Pois por vós ofereceu a mais valiosa dádiva das dádivas ao Criador, a mão pura, única digna do Criador.

domingo, 28 de junho de 2009


SÃO PEDRO E SÃO PAULO

São Pedro, primeiro Papa
Também chamado de "Príncipe dos Apóstolos", nasceu em Betsaida, centro piscatório da margem nordeste do Mar de Tiberíades, em ano incerto (talvez na primeira década do primeiro século da nossa era), e morreu crucificado em Roma no ano 67, por ordem de Nero, no mesmo dia que São Paulo.
Inicialmente o nome de Pedro era Simão. Era de origem modesta e, tal como seu irmão André, pescador assalariado em Cafarnaúm, pequena cidade piscatória, não muito longe de Betsaida.
Dos doze apóstolos, estes dois irmãos foram os primeiros a ser convidados por Jesus, se bem que André, antes de Simão, logo de seguida ao Seu batismo por João Batista, de quem já era discípulo. Simão foi o designado por Jesus para chefe do grupo dos apóstolos e mais tarde também para Chefe da Igreja, ou seja, primeiro Papa.
Vejamos: Em Cesaréia de Filipe, à pergunta de Jesus: - «E vós, quem dizeis que Eu sou?» Como todos hesitassem, Simão tomou a palavra e respondeu, categórico: - «Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo».
Jesus premiou-lhe a fé e declarou-lhe: - «Também Eu te digo: "Tu és Cefas (que quer dizer Pedro) e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja.» (Mt 16, 13ss). Em Tabigha. Diz a tradição que foi aqui que Jesus Ressuscitado se encontrou com os discípulos e comeu com eles alguns peixes assados nas brasas. Seguiu-se o diálogo, com Simão Pedro, da tríplice confissão, assaz conhecido: - «Simão, filho celebra-se hoje de João, tu amas-me mais que estes?» E o tríplice diálogo, não obstante a tristeza que se apoderou de Pedro ao responder-Lhe: «Tu sabes bem que te amo». Jesus disse-lhe, encerrando o diálogo: «. Apascenta as Minhas ovelhas. Segue-Me».
E estava dito tudo: Pedro era, a partir daquele momento, o primeiro Papa! Não há dúvida que sendo a cultura de Pedro a de um homem simples e rude, qual pescador assalariado, ele era, como o demonstrara tantas vezes no decurso da vida pública de Jesus, um homem generoso, pronto e decidido, virtudes necessárias a quem chefia ou assume grandes responsabilidades.
Estava sempre na primeira linha, não obstante as suas fragilidades humanas. E algumas vezes disso deu provas: - quando para defender Jesus cortou a orelha a Malco; - quando da lavagem dos pés: «Tu, a mim, Senhor? », mas logo acudiu: «. sendo como dizes, então lava-me também as mãos e a cabeça»; - quando da negação, o coração de Pedro saltou aos olhos numa fonte de lágrimas; - e ainda, antes, no Tabor: «Senhor, se quiseres, farei aqui três tendas: uma para Ti, uma para Moisés e outra para Elias».
Apesar de tudo foi ele, homem simples, que Jesus escolheu para Chefe da Sua Igreja. O papado de Pedro começou logo após a morte de Jesus, em Jerusalém; mais tarde foi transferido para Antioquia, enquanto Pedro lá esteve sediado; finalmente, no ano 43, passaria definitivamente para Roma, cabeça do Mundo de então.
E o poeta remata, referindo- se ao primeiro Pedro, ao atual e aos futuros que lhe seguirem: «Apascenta firme os meus cordeiros / condu-los p´los caminhos e carreiros / da salvação até ao fim do mundo!»
O túmulo de São Pedro, que só foi localizado na primeira metade do século XX, encontra-se na cripta da Basílica Vaticana, com o seu nome, a maior e mais ampla igreja do orbe católico.

São Paulo, Apóstolo dos Gentios
Depois de Jesus, é a figura mais importante na história do Cristianismo. Nasceu em Tarso, Cilícia, hoje fazendo parte da Turquia, cerca do ano 10 da nossa era, e morreu em Roma, no ano 67, decapitado, por mandato do imperador Nero, perseguidor dos Cristãos.
Oriundo de família judia, foi, como seu pai, naturalizado cidadão romano e ambos eram fariseus, seita judaica que se caracterizava pelo puritanismo hipócrita, julgando-se superiores a todos os restantes concidadãos, ao ponto de não se misturarem. Vítima da sua intolerância foi também a Igreja nascente, sobre a qual sempre desencadearam forte e cruel perseguição.
Saulo, assim se chamava então, era na dita seita notável ativista e perseguidor, esforçando-se por devastá-la logo desde o início, impedindo a sua dispersão, na circunstância para norte, no sentido da Síria. Mas quando, numa das suas invetivas, ia a caminho de Damasco, com correio e ordens para as sinagogas, a fim de se oporem à difusão do Evangelho, forte clarão sobrenatural o derrubou do cavalo que montava e ficou cego, tal a intensidade do mesmo, só tendo recuperado a vista ao fim de três dias, através da intervenção de Ananias, por mandato do Senhor.
A viragem (conversão) deu-se e de imediato recebeu o batismo, desde logo começando a proclamar nas sinagogas aos seus correligionários que, afinal, Jesus era o filho de Deus e o Messias que se aguardava. Semanas depois foi a Jerusalém com Barnabé que o apresentou aos Apóstolos, contando- lhes o que havia sucedido.
Dali voltou para Tarso e, de seguida, para Antioquia, onde durante um ano inteiro evangelizou com Barnabé. Foi nesta cidade que os discípulos de Jesus começaram pela primeira vez a ser tratados pelo nome de cristãos.
Seguiu-se a evangelização de Chipre, juntamente com Barnabé, dali natural, onde Saulo mudou o seu nome para Paulo.
O «Ide por todo o mundo e anunciai a Boa Nova» viria a concretizar-se, por assim dizer, posteriormente com as três grandes viagens de São Paulo, todas elas repletas de dificuldades (prisões, açoites, naufrágios e outros enormes problemas), as quais tiveram por términos principais, além de Antioquia, a Grécia e Itália (Roma); e há quem afirme a Espanha.
O maior missionário de sempre tudo suportou para «completar em si o que faltava à Paixão de Cristo», como escreveria. Como transparece das 14 epístolas que nos deixou, o centro de toda a sua teologia é Jesus Cristo Filho de Deus, que sempre proclamou através do seu temperamento arrebatado, unido à sua enorme espiritualidade de convertido.
São Paulo, depois de São Lucas, é o mais rico e correto dos escritores do Novo Testamento e deixou nas suas obras páginas de rara beleza e perfeição literária, comparável às de alguns dos melhores clássicos.
O "Apóstolo das Gentes" está sepultado na Basílica que tem o seu nome, São Paulo "extra muros", notável também pela sua amplitude.

Fonte: Catolicanet
http://www.diocesedejales.org.br/liturgia/liturgia_detalhes.asp?id=278

sexta-feira, 26 de junho de 2009


SANTO DO DIA
26/Junho
São Pelágio, Mártir


Nascido na Galiza, tinha 13 anos quando foi entregue como refém aos mouros. O emir Abderramão III, torpemente atraído pelo aspecto daquele menino, procurou seduzi-lo. Mas São Pelágio, indignado, respondeu: "Afasta-te, cão! Pensas por acaso que sou um dos teus efeminados lacaios?" Foi cortado em pedaços, tendo os braços e os pés arrancados, e por fim foi decapitado e lançado a um rio.

quinta-feira, 25 de junho de 2009


PAI DE 7 FILHOS PODE SER NOVO SANTO DO BRASIL

(Diácono João Luiz Pozzobon)




BREVE HISTÓRICO Nasceu aos 12 de dezembro de 1904 em Ribeirăo, Săo Joăo do Polęsine - RS. Cresceu numa família profundamente religiosa e mariana. A partir dos doze anos trabalhou na lavoura com seus pais. Casou-se pela primeira vez em 1928 com Tereza Turcato e teve dois filhos. Ficando viúvo, casou-se novamente em 1933 com Vitória Filipetto, e teve mais 5 filhos.
Sempre honrou os deveres de esposo e pai. Exerceu a profissăo de comerciante com hotel e depois mercearia. Em 1948 consagrou-se a Mãe e Rainha Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt no Santuário Tabor de Santa Maria - RS. Aos 10 de Setembro 1950 recebeu a imagem da Mãe e Rainha para leva-la às famílias.
Foi ordenado Diácono permanente aos 30 de dezembro de 1972. Ele dedicou a sua vida a levar a Mãe e Rainha às famílias, hospitais, escolas e presídios, rezando o terço, aconselhando os casais, crianças, doentes, consolando os presos. Em 1952 fundou em Santa Maria a Vila Nobre da Caridade para dar abrigo aos pobres.
Para divulgar a sua Campanha do Rosário viajou para América Latina, Alemanha, França, Portugal, Itália e Roma onde recebeu em 1979 a bençăo do Papa Joăo Paulo II. Faleceu em um acidente, aos 27 de junho de 1985, indo para a Santa Missa no Santuário.
O processo de canonizaçăo foi aberto dia 12 de dezembro 1994 em Santa Maria/RS. Depois da sua morte sua Campanha do Rosário nas famílias se estendeu aos 5 continentes.
No Brasil, um testemunho genuíno do ser Shoenstatiano, foi dado pelo Peregrino e Diácomo Joăo Luiz Pozzobom, romeiro do Santuário de Schoenstatt em Santa Maria.
O Sr. João recebeu uma imagem da Mãe Admirável e compreendeu que este presente era a missão de sua vida. A partir de então, caminhou mais de 140.000 quilômetros, levando a Măe de Deus a vários lugares.

Fonte de pesquisa: Pe. Argemiro Ferracioli Postulador Secretaria da Causa do Diácono Joăo Luiz Pozzobon. Rua Fioravante Spiazzi, 1530, Caixa Postal, 7018. 97050-971 Santa Maria, RS. Fone/fax 0xx55. 32211097 e 32210439

quarta-feira, 24 de junho de 2009


São José Benedito Cotolengo
Um diplomata “disfarçado” de padre...!

Quando vi pela primeira vez esta fisionomia*, levei um susto.
A surpresa que dominou meu espírito é explicável: semblante tão positivo, refletindo um homem com olhar tão lúcido, tão inteligente, com tal capacidade de tocar e manejar as coisas, de fazê-las irem para frente com tanta diplomacia, a meu ver poderia ser qualificado como o de um diplomata “disfarçado” de padre.
Ele viveu no século XIX, e chamava-se José Benedito Cotolengo.
Reveste sua cabeça o chapéu eclesiástico denominado barrete, no qual se notam, do lado esquerdo, três arcos: representação da Unidade e Trindade divinas. Lindo símbolo da Igreja.
No rosto cheio, a decisão. O que ele quer, deseja-o efetivamente. Olhos de tamanho médio, quase grandes. Olhar vivo, por um lado denotando a resolução e a faculdade de fazer o que os ilustres patrícios dele — os italianos — definem com a expressão “fare dalla combinazione” (fazer combinações de toda ordem); mas, por outro lado, revelando espírito resoluto de quem parece dizer: “Vamos para a frente, qualquer complicação eu derrubo”.
* * *
Esse talento todo foi aplicado, por desígnios da Providência Divina, numa obra de caridade das mais insignes que registra a História da Igreja. Em Turim, tive a ocasião de visitar tal obra de caridade — um hospital denominado Il Cotolengo.
O que é Il Cotolengo? O Santo formou a resolução, inspirado pela graça divina, de que absolutamente todos os autênticos pobres que aparecessem seriam recebidos pela sua obra, tivessem ou não dinheiro, viessem de onde viessem.
Turim era naquele tempo capital de um Reino, o Piemonte. Ele poderia dizer: “Só recebo pobres do Piemonte, são tantos! Os outros encontrarão sacerdotes caritativos em seus ¬paí¬ses, aqui não!” Ele, entretanto, acolhia pobres de todas as procedências.
Havia uma determinação de Nossa Senhora — porque Ela aparecia ao Santo com freqüência — para que nunca guardasse dinheiro de um dia para o outro. Quando anoitecia, São José de Cotolengo era obrigado — ou a fazê-lo pessoalmente, ou então através de algum dos seus padres — a dar o dinheiro restante aos pobres. Se, por inadvertência, restasse uma moeda dentro do hospital, ele não conseguia dormir!
Esse hospital cresceu tanto, que se transformou numa cidadezinha dentro de Turim. São José de Cotolengo passava o dia inteiro dirigindo o hospital, atendendo pessoas e confessando doentes.
Formou padres e fundou uma espécie de instituto religioso.
Dentro desse conjunto monumental, que foi construído através de esmolas obtidas por ele, havia um apartamento, com uma mobiliazinha francamente pobre, onde o Santo habitava. Ali existe uma cadeira, indicada até hoje, onde Nossa Senhora, nas aparições mais demoradas, sentava-Se para conversar com ele!
Santo de tão grande envergadura, teve entretanto um amigo à altura dele: São João Bosco. Consultavam-se mutuamente.
* * *
Chamo a atenção para o tipo de obras de caridade praticadas por São José de Cotolengo, pois são precisamente as que o comunismo detesta.
Marx deblaterou contra a caridade. Afirmava ele ser essa virtude um auxílio prestado por uma pessoa que possui, a outra que não tem. Portanto, a caridade traz consigo a idéia do ter e do não ter; supõe uma impostação de espírito anticomunista.
Para Marx, o certo não consiste no fato de algum possuidor dar espontaneamente ao carente, mas no seguinte: quem não tem deve arrancar do que possui, mediante a violência.
No início, expusemos a posição de um Santo. No fim, constatamos o arreganho do demônio!
______________________________
Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP em 17 de janeiro de 1986. Sem revisão do autor.
* Desenho de autoria de um irmão do Santo.
Plinio Corrêa de Oliveira

São João Batista

São João Batista nasceu em Junho, precisamente no dia 24 de Junho. Em um cenário tão controverso, surge um homem simples, amigo do deserto, e com uma importantíssima missão: preparar o caminho para a chegada do Messias.
João era filho de Zacarias e Isabel, e primo de Jesus Cristo. É considerado o último dos profetas, e o primeiro apóstolo. Os evangelhos dizem que, ainda no ventre de sua mãe, João percebe a presença do Messias, “estrecendo de alegria” na presença de Maria, quando esta ia visitar a prima Isabel. O evangelho de São Mateus fala das pregações e dos batismos que realizava às margens do rio Jordão, não distante de Jericó. Foi João Batista quem batizou o próprio Cristo.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Padres do Deserto: São Cirilo e São Metódio


A doutrina exposta por S. Cirilo nas Catequeses se resume basicamente ao Credo.


Eis a profissão de fé da comunidade de Jerusalém:

1. Cremos em um Deus, Pai Todo-poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis.
2. E em um Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, gerado do Pai, Deus verdadeiro, antes de todos os séculos, pelo qual foram feitas todas as coisas.
3. Que veio na carne e se fez homem (da Virgem e do Espírito Santo).
4. Foi crucificado e sepultado.
5. Ressuscitou ao terceiro dia.
6. E subiu aos céus e está sentado à direita do Pai.
7. E virá na glória para julgar os vivos e os mortos, cujo reino não terá fim.
8. E em um Espírito Santo, o Paráclito que falou nos pro-fetas.
9. E em um batismo de penitência para remissão dos pecados.
10. E em uma santa católica Igreja.
11. E na ressurreição da carne.
12. E na vida eterna.

terça-feira, 16 de junho de 2009



BIOGRAFIA
DE SUA SANTIDADE
BENTO XVI


O Cardeal Joseph Ratzinger, Papa Bento XVI, nasceu em Marktl am Inn, diocese de Passau (Alemanha), no dia 16 de Abril de 1927 (Sábado Santo), e foi baptizado no mesmo dia. O seu pai, comissário da polícia, provinha duma antiga família de agricultores da Baixa Baviera, de modestas condições económicas. A sua mãe era filha de artesãos de Rimsting, no lago de Chiem, e antes de casar trabalhara como cozinheira em vários hotéis.
Passou a sua infância e adolescência em Traunstein, uma pequena localidade perto da fronteira com a Áustria, a trinta quilómetros de Salisburgo. Foi neste ambiente, por ele próprio definido «mozarteano», que recebeu a sua formação cristã, humana e cultural.
O período da sua juventude não foi fácil. A fé e a educação da sua família prepararam-no para enfrentar a dura experiência daqueles tempos, em que o regime nazista mantinha um clima de grande hostilidade contra a Igreja Católica. O jovem Joseph viu os nazistas açoitarem o pároco antes da celebração da Santa Missa.
Precisamente nesta complexa situação, descobriu a beleza e a verdade da fé em Cristo; fundamental para ele foi a conduta da sua família, que sempre deu um claro testemunho de bondade e esperança, radicada numa conscienciosa pertença à Igreja.
Nos últimos meses da II Guerra Mundial, foi arrolado nos serviços auxiliares anti-aéreos.
Recebeu a Ordenação Sacerdotal em 29 de Junho de 1951.
Um ano depois, começou a sua actividade de professor na Escola Superior de Freising.
No ano de 1953, doutorou-se em teologia com a tese «Povo e Casa de Deus na doutrina da Igreja de Santo Agostinho». Passados quatro anos, sob a direcção do conhecido professor de teologia fundamental Gottlieb Söhngen, conseguiu a habilitação para a docência com uma dissertação sobre «A teologia da história em São Boaventura».
Depois de desempenhar o cargo de professor de teologia dogmática e fundamental na Escola Superior de Filosofia e Teologia de Freising, continuou a docência em Bonn, de 1959 a 1963; em Münster, de 1963 a 1966; e em Tubinga, de 1966 a 1969. A partir deste ano de 1969, passou a ser catedrático de dogmática e história do dogma na Universidade de Ratisbona, onde ocupou também o cargo de Vice-Reitor da Universidade.
De 1962 a 1965, prestou um notável contributo ao Concílio Vaticano II como «perito»; viera como consultor teológico do Cardeal Joseph Frings, Arcebispo de Colónia.
A sua intensa actividade científica levou-o a desempenhar importantes cargos ao serviço da Conferência Episcopal Alemã e na Comissão Teológica Internacional.
Em 25 de Março de 1977, o Papa Paulo VI nomeou-o Arcebispo de München e Freising. A 28 de Maio seguinte, recebeu a sagração episcopal. Foi o primeiro sacerdote diocesano, depois de oitenta anos, que assumiu o governo pastoral da grande arquidiocese bávara. Escolheu como lema episcopal: «Colaborador da verdade»; assim o explicou ele mesmo: «Parecia-me, por um lado, encontrar nele a ligação entre a tarefa anterior de professor e a minha nova missão; o que estava em jogo, e continua a estar – embora com modalidades diferentes –, é seguir a verdade, estar ao seu serviço. E, por outro, escolhi este lema porque, no mundo actual, omite-se quase totalmente o tema da verdade, parecendo algo demasiado grande para o homem; e, todavia, tudo se desmorona se falta a verdade».
Paulo VI criou-o Cardeal, do título presbiteral de “Santa Maria da Consolação no Tiburtino”, no Consistório de 27 de Junho desse mesmo ano.
Em 1978, participou no Conclave, celebrado de 25 a 26 de Agosto, que elegeu João Paulo I; este nomeou-o seu Enviado especial ao III Congresso Mariológico Internacional que teve lugar em Guayaquil (Equador) de 16 a 24 de Setembro. No mês de Outubro desse mesmo ano, participou também no Conclave que elegeu João Paulo II.
Foi Relator na V Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos realizada em 1980, que tinha como tema «Missão da família cristã no mundo contemporâneo», e Presidente Delegado da VI Assembleia Geral Ordinária, celebrada em 1983, sobre «A reconciliação e a penitência na missão da Igreja».
João Paulo II nomeou-o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e Presidente da Pontifícia Comissão Bíblica e da Comissão Teológica Internacional, em 25 de Novembro de 1981. No dia 15 de Fevereiro de 1982, renunciou ao governo pastoral da arquidiocese de München e Freising. O Papa elevou-o à Ordem dos Bispos, atribuindo-lhe a sede suburbicária de Velletri-Segni, em 5 de Abril de 1993.
Foi Presidente da Comissão encarregada da preparação do Catecismo da Igreja Católica, a qual, após seis anos de trabalho (1986-1992), apresentou ao Santo Padre o novo Catecismo.
A 6 de Novembro de 1998, o Santo Padre aprovou a eleição do Cardeal Ratzinger para Vice-Decano do Colégio Cardinalício, realizada pelos Cardeais da Ordem dos Bispos. E, no dia 30 de Novembro de 2002, aprovou a sua eleição para Decano; com este cargo, foi-lhe atribuída também a sede suburbicária de Óstia.
Em 1999, foi como Enviado especial do Papa às celebrações pelo XII centenário da criação da diocese de Paderborn, Alemanha, que tiveram lugar a 3 de Janeiro.
Desde 13 de Novembro de 2000, era Membro honorário da Academia Pontifícia das Ciências.
Na Cúria Romana, foi Membro do Conselho da Secretaria de Estado para as Relações com os Estados; das Congregações para as Igrejas Orientais, para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, para os Bispos, para a Evangelização dos Povos, para a Educação Católica, para o Clero, e para as Causas dos Santos; dos Conselhos Pontifícios para a Promoção da Unidade dos Cristãos, e para a Cultura; do Tribunal Supremo da Signatura Apostólica; e das Comissões Pontifícias para a América Latina, «Ecclesia Dei», para a Interpretação Autêntica do Código de Direito Canónico, e para a revisão do Código de Direito Canónico Oriental.
Entre as suas numerosas publicações, ocupam lugar de destaque o livro «Introdução ao Cristianismo», uma compilação de lições universitárias publicadas em 1968 sobre a profissão de fé apostólica, e o livro «Dogma e Revelação» (1973), uma antologia de ensaios, homilias e meditações, dedicadas à pastoral.
Grande ressonância teve a conferência que pronunciou perante a Academia Católica Bávara sobre o tema «Por que continuo ainda na Igreja?»; com a sua habitual clareza, afirmou então: «Só na Igreja é possível ser cristão, não ao lado da Igreja».
No decurso dos anos, continuou abundante a série das suas publicações, constituindo um ponto de referência para muitas pessoas, especialmente para os que queriam entrar em profundidade no estudo da teologia. Em 1985 publicou o livro-entrevista «Relatório sobre a Fé» e, em 1996, «O sal da terra». E, por ocasião do seu septuagésimo aniversário, publicou o livro «Na escola da verdade», onde aparecem ilustrados vários aspectos da sua personalidade e da sua obra por diversos autores.
Recebeu numerosos doutoramentos «honoris causa»: pelo College of St. Thomas em St. Paul (Minnesota, Estados Unidos), em 1984; pela Universidade Católica de Eichstätt, em 1987; pela Universidade Católica de Lima, em 1986; pela Universidade Católica de Lublin, em 1988; pela Universidade de Navarra (Pamplona, Espanha), em 1998; pela Livre Universidade Maria Santíssima Assunta (LUMSA, Roma), em 1999; pela Faculdade de Teologia da Universidade de Wroclaw (Polónia) no ano 2000.
http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/biography/documents/hf_ben-xvi_bio_20050419_short-biography_po.html

domingo, 14 de junho de 2009


Santo Antônio de Pádua; grande teólogo e pregador
Arquivado em: Videos — roma at 4:20 am on sábado, junho 13, 2009
Fernando Martin e Bulhoes de Taveria Azevedo. O nome parece grande e talvez não facilite a compreenssão. Vamos tentar outra vez, com um nome mais simples: Santo Antônio. É ele mesmo: o santo franciscano que atrai devotos no mundo inteiro. Por um lado, e conhecido como Santo Antônio de Pádua, por outro e conhecido como Santo Antônio de Lisboa. A explicação para os dois nomes é simples. Santo Antônio nasceu em Lisboa Portugal e na cidade italiana de Pádua viveu grande parte de sua vida. A primeira etapa de sua vida religiosa ele viveu em Portugal como Agostiniano e em Pádua como frade da ordem de São Francisco de Assis.
Na Itália ele passou a ser conhecido como grande teólogo e pregador. O aparelho fonador do santo foi preservado da corrupção e esta exposto para a veneração dos devotos que visitam a cidade Ele foi canonizado pelo papa Gregorio nono em 1232 e proclamado doutor da igreja em 1946. Sua fama se espalhou por todo o mundo, atraindo devotos de todas as idades, inclusive no Brasil onde a devocão é bem expressiva.

Estamos falando do Cardeal brasileiro Dom Cláudio Hummes, prefeito da Congregação para o clero, desde 2006. Asssim como todos os cardeais que passam a ser titulares de uma igreja em Roma quando recebem o Cardinalato, Dom Cláudio Hummes recebeu esta Igreja em 2001, onde ele faz questão de celebrar uma vez por semana. Aqui a Fe e a tradição dos brasileiros com certeza esta bem representada.
http://blog.cancaonova.com/roma/2009/06/13/santo-antonio-de-padua-grande-teologo-e-pregador/

terça-feira, 9 de junho de 2009


Capítulo 10
Como Frei Masseo, quase gracejando, disse a S. Francisco que todo o mundo andava atrás dele,e ele respondeu que era para confusão do mundo e graça de Deus

Estava uma vez S. Francisco no convento da Porciúncula com Frei Masseo de Marignano, homem de grande santidade, discrição e graça em falar de Deus; pela qual coisa S. Francisco o amava muito; um dia, voltando S. Francisco de orar no bosque, e ao sair do bosque, o dito Frei Masseo quis experimentar-lhe a humildade; foi-lhe ao encontro e, a modo de gracejo, disse: "Por que a ti? Por que a ti? Por que a ti?" S. Francisco respondeu: "Que queres dizer?" Disse Frei Masseo: "Por que todo o mundo anda atrás de ti e toda a gente parece que deseja ver-te e ouvir-te e obedecer-te? Não és homem belo de corpo, não és de grande ciência, não és nobre: donde vem, pois, que todo o mundo anda atrás de ti?" Ouvindo isto, S. Francisco, todo jubiloso em espírito, levantando a face para o céu por grande espaço de tempo, esteve com a mente enlevada em Deus; e depois, voltando a si, ajoelhou-se e louvou e deu graças a Deus; e depois, com grande fervor de espírito, voltouse para Frei Masseo e disse: "Queres saber por que a mim? Queres saber por que a mim? Queres saber por que todo o mundo anda atrás de mim? Isto recebi dos olhos de Deus altíssimo, os quais em cada lugar contemplam os bons e os maus: porque aqueles olhos santíssimos não encontraram entre os pecadores nenhum mais vil nem mais insuficiente nem maior pecador do que eu; e assim, para realizar esta operação maravilhosa, a qual entendeu de fazer, não achou outra criatura mais vil sobre a terra; e por isso me escolheu para confundir a nobreza, e a grandeza e a força e a beleza e a sabedoria do mundo; para que se reconheça que toda a virtude, e todo o bem é dele e não da criatura, e para que ninguém se possa gloriar na presença dele; mas quem se gloriar se glorie no Senhor, a quem pertence toda a honra e glória na eternidade".
Então Frei Masseo, ouvindo tão humilde resposta, dada com tanto fervor, se espantou e conheceu certamente que S. Francisco estava fundado na verdadeira humildade.
Em louvor de Cristo. Amém.

domingo, 7 de junho de 2009


Capítulo 9

Como S. Francisco ensinava Frei leão a responder,
e este só pode dizer o contrário do que S. Francisco queria.


Estando uma vez S. Francisco, no princípio da Ordem, com Frei Leão em um convento, onde não havia livro para rezar o ofício divino, ao chegar a hora de Matinas, disse S. Francisco a Frei Leão: "Caríssimo, não temos breviário, com que possamos rezar Matinas: mas, a fim de passarmos o tempo louvando a Deus, eu direi e tu me responderás como te ensinar; e toma cuidado, não digas as palavras de modo diverso do que te ensinar.
Direi assim: 'Õ irmão Francisco, praticaste tanto mal, tais pecados no século que és digno do inferno'; e tu, irmão Leão, responderás: 'Verdadeira coisa é que mereces o inferno profundíssimo"'- E Frei Leão, com simplicidade columbina, respondeu: "Estou pronto, pai, começa em nome de Deus".
Então S. Francisco começou a dizer: "Ó irmão Francisco, praticaste tantos males e tantos pecados no século, que és digno do inferno". E Frei Leão respondeu: "Deus fará por ti tantos bens, que irás ao paraíso". Disse S. Francisco: "Não digas assim, irmão Leão; mas quando eu disser: 'Irmão Francisco, praticaste tanta coisa iníqua contra Deus, que és digno de ser maldito por Deus', responderás: 'Em verdade és digno de ficar mesmo entre os malditos"'.
E Frei Leão respondeu: "De boa mente, pai".
Então S. Francisco, entre muitas lágrimas e suspiros e a bater no peito, disse em altas vozes: "Ó meu Senhor do céu e da terra; cometi contra ti tantas iniqüidades e tantos pecados que por isso sou digno de ser amaldiçoado por ti".
E Frei Leão respondeu: "Ó irmão Francisco, Deus te fará tal, que entre os benditos serás singularmente bendito". E S. Francisco, maravilhando-se de Frei Leão responder sempre o contrário do que ele havia ordenado, repreendeu-o, dizendo: "Por que não respondes como te ensino? Ordeno-te, pela santa obediência, que respondas como te ensinar.
Direi assim: '(' irmão Francisco miserável, pensas tu que Deus há de ter misericórdia de ti; não é tão certo que tens cometido tantos pecados contra o Pai da misericórdia e o Deus de toda consolação, de modo que não és digno de encontrar misericórdia?' E tu, irmão Leão, ovelhinha, responderás: 'De nenhum modo és digno de alcançar misericórdia"'. Mas depois, quando S. Francisco disse: "O irmão Francisco miserável", etc., então Frei Leão respondeu: "Deus Pai, cuja misericórdia é infinita mais do que o teu pecado, fará em ti grande misericórdia e te encherá de muitas graças".
A esta resposta S. Francisco docemente irritado e pacientemente perturbado disse a Frei leão: "Por que tiveste a presunção de ir contra a obediência, e por tantas vezes respondeste o contrário do que te impus?" Respondeu Frei Leão muito humilde e reverentemente: "Deus o sabe, pai meu, que cada vez tive vontade de responder como me ordenaste: mas Deus me fez falar como quis e não como eu queria".
Do que S. Francisco se maravilhou e disse a Frei Leão: "Peço-te afetuosamente que desta vez me respondas como te disser".
Respondeu Frei Leão: "Dize em nome de Deus, que por certo responderei desta vez como queres". E S. Francisco, entre lágrimas, disse: "Ó irmão Francisco miserável, pensas que Deus terá misericórdia de ti?" Responde Frei Leão: "Antes grandes graças receberás de Deus e serás exaltado e glorificado na eternidade, porque quem se humilha será exaltado: e eu não posso dizer de outro modo, porque Deus fala pela minha boca".
E assim nesta humilde contenda, com muitas lágrimas e muita consolação espiritual, velaram até ao amanhecer.
Em louvor de Cristo. Amém.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Capítulo 8
Como a caminhar expôs S. Francisco a Frei Leão as coisas que constituem a perfeita alegria

Vindo uma vez S. Francisco de Perusa para S. Maria dos Anjos com Frei leão em tempo de inverno, e como o grandíssimo frio fortemente o atormentasse, chamou Frei Leão, o qual ia mais à frente, e disse assim: "Irmão Leão, ainda que o frade menor desse na terra inteira grande exemplo de santidade e de boa edificação, escreve todavia, e nota diligentemente que nisso não está a perfeita alegria".
E andando um pouco mais, chama pela segunda vez: "`S irmão Leão, ainda que o frade menor desse vista aos cegos, curasse os paralíticos, expulsasse os demônios, fizesse surdos ouvirem e andarem coxos, falarem mudos, e mais ainda, ressuscitasse mortos de quatro dias, escreve que nisso não está a perfeita alegria". E andando um pouco, S. Francisco gritou com força: "Ó irmão Leão, se o frade menor soubesse todas as línguas e todas as ciências e todas as escrituras e se soubesse profetizar e revelar não só as coisas futuras, mas até mesmo os segredos das consciências e dos espíritos, escreve que não está nisso a perfeita alegria".
Andando um pouco além, S. Francisco chama ainda com força: "Õ irmão Leão, ovelhinha de Deus, ainda que o frade menor falasse com língua de anjo e soubesse o curso das estrelas e as virtudes das ervas; e lhe fossem revelados todos os tesouros da terra e conhecesse as virtudes dos pássaros e dos peixes e de todos os animais e dos homens e das árvores e das pedras e das raízes e das águas, escreve que não está nisso a perfeita alegria".
E caminhando um pouco, S. Francisco chamou em alta voz: "Ô irmão Leão, ainda que o frade menor soubesse pregar tão bem que convertesse todos os infiéis à fé cristã, escreve que não está nisso a perfeita alegria".
E durando este modo de falar pelo espaço de duas milhas, Frei Leão, com grande admiração, perguntou-lhe e disse: "Pai, peço-te, da parte de Deus, que me digas onde está a perfeita alegria". E S. Francisco assim lhe respondeu: "Quando chegarmos a S. Maria dos Anjos, inteiramente molhados pela chuva e transidos de frio, cheios de lama e aflitos de fome, e batermos à porta do convento' e o porteiro chegar irritado e disser: 'Quem são vocês?'; e nós dissermos: "'Somos dois dos vossos irmãos', e ele disser: 'Não dizem a verdade; são dois vagabundos que andam enganando o mundo e roubando as esmolas dos pobres; fora daqui'; e não nos abrir e deixar-nos estar ao tempo, à neve e à chuva com frio e fome até à noite: então, se suportarmos tal injúria e tal crueldade, tantos maus tratos, prazenteiramente, sem nos perturbarmos e sem murmurarmos contra ele e pensarmos humildemente e caritativamente que o porteiro verdadeiramente nos tinha reconhecido e que Deus o fez falar contra nós: ó irmão Leão, escreve que nisso está a perfeita alegria.
E se perseverarmos a bater, e ele sair furioso e como a importunos malandros nos expulsar com vilanias e bofetadas dizendo: 'Fora daqui, ladrõezinhos vis, vão para o hospital, porque aqui ninguém lhes dará comida nem cama'; se suportarmos isso pacientemente e com alegria e de bom coração, ó irmão Leão, escreve que nisso está a perfeita alegria. E se ainda, constrangidos pela fome e pelo frio e pela noite, batermos mais e chamarmos e pedirmos pelo amor de Deus com muitas lágrimas que nos abra a porta e nos deixe entrar, e se ele mais escandalizado disser: 'Vagabundos importunos, pagar-lhes-ei como merecem': e sair com um bastão nodoso e nos agarrar pelo capuz e nos atirar ao chão e nos arrastar pela neve e nos bater com o pau de nó em nó: se nós suportarmos todas estas coisas pacientemente e com alegria, pensando nos sofrimentos de Cristo bendito, as quais devemos suportar por seu amor; ó irmão Leão, escreve que aí e nisso está a perfeita alegria, e ouve, pois, a conclusão, irmão Leão.
Acima de todas as graças e de todos os dons do Espírito Santo, os quais Cristo concede aos amigos, está o de vencer-se a si mesmo, e voluntariamente pelo amor suportar trabalhos, injúrias, opróbrios e desprezos, porque de todos os outros dons de Deus não nos podemos gloriar por não serem nossos, mas de Deus, do que diz o Apóstolo: 'Que tens tu que o não hajas recebido de Deus? E se dele o recebeste, por que te gloriares como se o tivesses de ti?' Mas na cruz da tribulação de cada aflição nós nos podemos gloriar, porque isso é nosso e assim diz o Apóstolo: "Não me quero gloriar, senão na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo"'.
Ao qual sejam dadas honra e glória in secula seculorum.
Amém.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Capítulo 7
Como S. Francisco fez uma Quaresma em uma ilha do lago de Perusa,
onde jejuou quarenta dias e quarenta noites e nada comeu além de meio pão


Por ter sido o verídico servo de Cristo, monsior S. Francisco, em certas coisas, quase um outro Cristo dado ao mundo para a salvação dos homens, Deus Pai o quis fazer em muitas ações conforme e semelhante a seu filho Jesus Cristo; como no-lo demonstrou no venerável colégio dos doze companheiros, e no admirável mistério dos sagrados estigmas e no prolongado jejum da santa Quaresma, que fez deste modo.
Indo por uma feita S. Francisco, em dia de carnaval, ao lago de Perusa, à casa de um seu devoto, onde passou a noite, foi inspirado por Deus para observar aquela Quaresma em uma ilha do dito lago.
Pelo que S. Francisco pediu àquele devoto, pelo amor de Cristo, o levasse em sua barquinha a uma ilha do lago, onde não habitasse ninguém, e isto fizesse na noite de Quarta-feira de Cinzas sem que nenhuma pessoa o percebesse; e ele, pelo amor da grande devoção que tinha a S. Francisco, solicitamente atendeu-lhe ao pedi-lo e o transportou à dita ilha: e S. Francisco só levou consigo dois pãezinhos.
E, chegando à ilha e o amigo partindo para voltar a casa, S. Francisco lhe rogou por favor que não revelasse a quem quer que fosse a sua permanência na ilha e só o fosse procurar na Quinta-feira Santa; e assim o outro se foi. E S. Francisco ficou sozinho: e ali não havendo habitação em que ficasse, entrou num bosque muito copado, no qual muitos espinheiros e arbustos se reuniam a modo de uma cabana ou de uma cova, e naquele lugar se pôs em oração e a contemplar as coisas celestiais.
E ali passou toda a Quaresma sem comer nem beber, além da metade de um daqueles pãezinhos, conforme o que encontrou o seu devoto na Quinta-feira Santa, quando o foi procurar: o qual achou dois pãezinhos, um inteiro e outro pela metade.
E a outra metade acredita-se S. Francisco ter comido em reverência ao jejum do Cristo bendito, que jejuou quarenta dias e quarenta noites sem tomar nenhum alimento material.
E assim, com aquele meio pão, expulsou de si o demônio da vanglória e, a exemplo de Cristo, jejuou quarenta dias e quarenta noites. E depois, naquele lugar, onde S. Francisco fizera tão maravilhosa abstinência, realizou Deus muitos milagres pelos méritos dele; pela qual coisa começaram os homens a edificar casas e habitá-las; e em pouco tempo construiu-se um bom e grande castelo e houve um convento de frades, o qual se chama o convento da Ilha; e ainda os homens e mulheres daquela aldeia têm grande reverência por aquele lugar, onde S. Francisco passou a dita Quaresma.
Em louvor de Cristo. Amém.
Capítulo 7
Como S. Francisco fez uma Quaresma em uma ilha do lago de Perusa,
onde jejuou quarenta dias e quarenta noites e nada comeu além de meio pão


Por ter sido o verídico servo de Cristo, monsior S. Francisco, em certas coisas, quase um outro Cristo dado ao mundo para a salvação dos homens, Deus Pai o quis fazer em muitas ações conforme e semelhante a seu filho Jesus Cristo; como no-lo demonstrou no venerável colégio dos doze companheiros, e no admirável mistério dos sagrados estigmas e no prolongado jejum da santa Quaresma, que fez deste modo.
Indo por uma feita S. Francisco, em dia de carnaval, ao lago de Perusa, à casa de um seu devoto, onde passou a noite, foi inspirado por Deus para observar aquela Quaresma em uma ilha do dito lago.
Pelo que S. Francisco pediu àquele devoto, pelo amor de Cristo, o levasse em sua barquinha a uma ilha do lago, onde não habitasse ninguém, e isto fizesse na noite de Quarta-feira de Cinzas sem que nenhuma pessoa o percebesse; e ele, pelo amor da grande devoção que tinha a S. Francisco, solicitamente atendeu-lhe ao pedi-lo e o transportou à dita ilha: e S. Francisco só levou consigo dois pãezinhos.
E, chegando à ilha e o amigo partindo para voltar a casa, S. Francisco lhe rogou por favor que não revelasse a quem quer que fosse a sua permanência na ilha e só o fosse procurar na Quinta-feira Santa; e assim o outro se foi. E S. Francisco ficou sozinho: e ali não havendo habitação em que ficasse, entrou num bosque muito copado, no qual muitos espinheiros e arbustos se reuniam a modo de uma cabana ou de uma cova, e naquele lugar se pôs em oração e a contemplar as coisas celestiais.
E ali passou toda a Quaresma sem comer nem beber, além da metade de um daqueles pãezinhos, conforme o que encontrou o seu devoto na Quinta-feira Santa, quando o foi procurar: o qual achou dois pãezinhos, um inteiro e outro pela metade.
E a outra metade acredita-se S. Francisco ter comido em reverência ao jejum do Cristo bendito, que jejuou quarenta dias e quarenta noites sem tomar nenhum alimento material.
E assim, com aquele meio pão, expulsou de si o demônio da vanglória e, a exemplo de Cristo, jejuou quarenta dias e quarenta noites. E depois, naquele lugar, onde S. Francisco fizera tão maravilhosa abstinência, realizou Deus muitos milagres pelos méritos dele; pela qual coisa começaram os homens a edificar casas e habitá-las; e em pouco tempo construiu-se um bom e grande castelo e houve um convento de frades, o qual se chama o convento da Ilha; e ainda os homens e mulheres daquela aldeia têm grande reverência por aquele lugar, onde S. Francisco passou a dita Quaresma.
Em louvor de Cristo. Amém.