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sábado, 19 de setembro de 2009

Jesus teve outros irmãos? E Maria teve outros filhos?


O objetivo desta matéria é demonstrar que Maria que não teve outros filhos além de Jesus, tendo permanecido virgem, mesmo após o nascimento de Jesus. Para tanto, lancei mão de textos que colecionei de várias fontes, tais como os exuberantes sites do Agnus Dei e do Veritatis Splendor, além de escritos de Dom Estevão Bettencourt, debates na lista de discussão do Veritatis Splendor e algumas observações minhas.

Parte I: Textos que Comprovam que Jesus era Filho Único

1. A Bíblia só chama a Jesus de Filho de Maria

Em nenhuma passagem da Bíblia, ninguém é chamado de “filho de Maria”, a não ser Jesus. E, ainda, de ninguém Maria é chamada “Mãe”, a não ser de Jesus. Em Mc 6,3 é dito: “o filho de Maria” (com artigo, dando idéia de unicidade). A expressão grega implica que Ele era seu único filho. O Evangelho nunca diz “a mãe de Jesus com seus filhos”, embora isso fosse natural, especialmente em Mc 3,31 e At 1,14, se ela tivesse outros filhos.

2. Maria fez Voto de Virgindade

Em Lc 1,34 Maria pergunta: “Como se fará isso, pois eu não conheço varão?”.
A pergunta que Maria fez seria inadimissível em uma jovem desposada no momento em que lhe anunciavam o nascimento de um filho futuro. Esta pergunta só tem sentido se considerarmos que ela fizera voto de virgindade, uma vez que, embora estivesse desposada, ela afirma: “eu não conheço varão”. O anjo, porém, não a libera do voto, mas diz que se tratará de uma conceição milagrosa.
O voto de virgindade feito por Maria é também insinuado num apócrifo: o Protoevangelho de Tiago (120 dC).

3. Jesus Entregou Maria ao Discípulo João

Era costume judeu que os filhos cuidassem da mãe. Ao morrer o irmão mais velho, caberia aos demais filhos o cuidado da mãe. Porém, Jesus pede que o discípulo João, membro de outra família, cuidasse de sua mãe (Jo 19,26-27). Não haveria necessidade de tal preocupação e tal atitude seria inadmissível se Jesus tivesse outros irmãos.

4. Aos 12 Anos, não há Indícios de Irmãos na Festa da Páscoa

Quando Jesus foi a festa da Páscoa em Jerusalém, com a idade de 12 anos (Lc 2,41-51), não se menciona a existência de outros filhos, embora toda a família tivesse peregrinado junto durante uns 15 dias. Ora, Maria e José não poderiam ter deixado em casa, por tanto tempo, filhos tão pequenos.

5. O Testemunho da Sagrada Tradição

A Sagrada Tradição da Igreja sempre ensinou a Virgindade perpétua da mãe de Nosso Senhor. Eis alguns testemunhos dos primórdios do cristianismo:
Santo Inácio de Antioquia ( Século I ): “E permaneceram ocultos ao príncipe desse mundo a virgindade de Maria e seu parto, bem como a morte do Senhor: três mistérios de clamor, realizados no silêncio de Deus” (Carta aos Efésios, PG. V, 644 ss.)
Santo Irineu (130 a 203 dC): “Era justo e necessário que Adão fosse restaurado em Cristo, e que Eva fosse restaurada em Maria, a fim de que uma virgem feita advogada de uma virgem, apagasse e abolisse por sua obediência virginal a desobediência de uma virgem”. (Contra as Heresias)
Santo Atanásio (295 a 386 dC): “Jesus tomou carne da SEMPRE virgem Maria”.
Dídimo (386 dC): “Nada fez Maria, que é honrada e louvada acima de todas as outras: não se relacionou com ninguém, nem jamais foi Mãe de qualquer outro filho; mas, mesmo após o nascimento do seu filho [único], ela permaneceu sempre e para sempre uma virgem imaculada”. (”A Trindade 3,4″)
São Jerônimo (340-420 dC): “Cristo virgem e Maria virgem consagraram os princípios da virgindade em ambos os sexos”.
Santo Agostinho (354 a 430 dC): “Então, o Senhor tem irmãos? Será que Maria teve ainda outros filhos? Não! De modo algum! (…) Qual é, pois, a razão de ser da expressão “irmãos do Senhor”? Irmãos do Senhor eram os parentes de Maria”. (Comentário do Evangelho de São João, X, 2)
Santo Agostinho: “Concebeu-O [a Cristo Jesus] sem concupiscência, uma Virgem; como Virgem deu-lhe à luz, Virgem permaneceu”. (Sermão sobre a Ressurreição de Cristo, segundo São Marcos, PL XXXVIII, 1104-1107)

6. A Fé dos Reformadores Protestantes
Martinho Lutero:
Sobre Mt 1,25: “Destas palavras não se pode concluir que após o parto, Maria tenha tido consórcio conjugal. Não se deve crer nem dizer isso.” (Obras de Lutero Ed. Weimar, Tomo 11, p.323)
No fim de sua Vida: “Virgem antes, no, e depois do parto, que está grávida e dá a luz. Este artigo da fé é milagre divino.” (Sermão Natal 1540: WA 49,182)
João Calvino:
“Jesus é dito primogênito unicamente para que saibamos que Ele nasceu da Virgem” (CO 45,645)
“Certas pessoas têm desejado sugerir desta passagem [Mt 1,25] que a Virgem Maria teve outros filhos além do Filho de Deus, e que José teve relacionamento íntimo com ela depois. Mas que estupidez! O escritor do evangelho não desejava registrar o que poderia acontecer mais tarde; ele simplesmente queria deixar bem clara a obediência de José e também desejava mostrar que José tinha sido bom e verdadeiramente acreditava que Deus enviara seu anjo a Maria. Portanto, ele jamais teve relações com Maria, mas somente compartilhou de sua companhia… Além disso, N.Sr. Jesus Cristo é chamado o primogênito. Isto não é porque teria que haver um segundo ou terceiro [filho], mas porque o escritor do Evangelho está se referindo à precedência. Assim, a Escritura está falando sobre a titularidade do primogênito e não sobre a questão de ter havido qualquer segundo [filho]” (Sermão sobre Mateus, 1562).
Zvínglio:
“Creio firmemente que, segundo o Evangelho, Maria, como Virgem pura, gerou o Filho de Deus e no parto e após o parto permaneceu para sempre Virgem pura e íntegra.” (Zvínglio Opera 1,424)
“Os irmãos do Senhor eram os amigos do Senhor” (ZO 1,401)
Parte II: Respondendo às Objeções Protestantes

7. Quem Seriam os “Irmãos” de Jesus?

Há vários textos no NT que mencionam os “irmãos de Jesus”: Mt 12,46-50; 13,55; Mc 3,31-35; Lc 8,19-21; Jo 2,12; 7,2-10; At 1,14; Gl 1,19; 1Cor 9,5. Vejamos, por exemplo, Mc 6,3:
“Não é este o carpinteiro, o filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E as suas irmãs não estão aqui entre nós?”
O que dizer?
A expressão “irmãos de Jesus” foi concebida, não em ambiente grego, mas no mundo semita, onde a língua falada era o aramaico. Ora, em aramaico (e também em hebraico), a palavra “irmãos” (se escreve “ah”), designa não somente os filhos dos mesmos pais, mas também, os primos ou até parentes mais remotos. No AT há 20 passagens que atestam o amplo significado da palavra “irmão”. Vejamos alguns exemplos:
Primeiro Exemplo:
Gn 11,27: “Taré gerou Abrão, Nacor e Arã. Arã gerou Ló.”
Logo, Ló é sobrinho de Abrão, como confirma Gn 12,5: “Abrão tomou sua mulher Sarai, seu sobrinho Ló, …”. Vejamos agora o que diz Gn 13,8:
“Abrão disse a Ló: Que não haja discórdia entre mim e ti, … , pois somos IRMÃOS.”
Segundo Exemplo:
1Cr 23,21-23: “Os filhos de Merari foram Moholo e Musi. Os filhos de Moholi foram Eleázaro e Cis. Eleázaro morreu sem ter filhos, mas apenas filhas. Os filhos de Cis, SEUS IRMÃOS, as tomaram por mulheres.”
Ora, como Eleázaro e Cis eram verdadeiros irmãos, então os filhos de Cis não eram irmãos das filhas de Eleázaro, mas sim primos. No entanto, a Bíblia utiliza o conceito amplo da palavra “ah” para chamá-los de irmãos, embora fossem primos.
Terceiro Exemplo:
Gn 29,15: “Então Labão disse a Jacó: Por seres meu IRMÃO, irás servir-me de graça?”
Seria Labão irmão de Jacó? Não! Era seu tio. Confira:
Gn 29,10: “Logo que Jacó viu Raquel, filha de Labão, irmão de sua mãe, aproximou-se…”
Leia também: 1Cr 15,4-10.
Em conclusão, o uso dos termos “irmãos e irmãs” de Jesus, na verdade, designam simplesmente que se trata de parentes de Jesus, pois o termo hebraico “ah” (traduzido por “irmão”) possui este sentido amplo. Portanto, não eram filhos de Maria, mas sim parentes de Jesus, provavelmente seus primos ou filhos do viúvo José.

8. Mas o NT foi Escrito em Grego e não em Aramaico. E aí?

Em grego existem palavras definidas para irmão (ADELPHOS) e primo (ANEPSIOS). Paulo conhecia muito bem o grego pois chegou a discursar com muita eloquência num aerópago grego. Certamente, os autores sagrados conheciam muito bem as palavras ADELPHOS e ANEPSIOS. Inclusive, Paulo chegou a usar o termo ANEPSIOS (primo) em Cl 4,10:
“Saúda-vos Aristarco, meu companheiro de prisão, e Marcos, o PRIMO de Barnabé”
E ainda: “Saudai a Herodião, meu PARENTE” (Rm 16,11)
O mesmo se pode dizer do livro de Tobias, escrito em grego: “Como este jovem é parecido com meu PRIMO” (Tb 7,2)
Portanto, se os “irmão do Senhor” fossem primos de Jesus, ao escrever o NT em grego, os autores sagrados usariam a palavra ANEPSIOS (primo), e não ADELPHOS (irmão). Porém, o NT sempre se refere aos “irmãos do Senhor” usando o termo ADELPHOS (irmão) e nunca ANEPSIOS (primo).
O que dizer?
Ocorre que os escritores sagrados quiseram preservar o sabor semítico da palavra aramaica “ah” (”irmão” para qualquer grau de parentesco próximo) ao fazer a tradução para o grego. A expressão semita “irmãos do Senhor” já era muito usual entre os cristãos (como demonstra as várias inserções no NT) e os apóstolos quiseram preservá-la, pois “ah” é diretamente traduzido para o grego por “ADELPHOS”. Um contexto, portanto, bem diferente das passagens de Paulo e Tobias acima citadas, pois nestes casos Paulo e Tobias não estavam traduzindo um termo hebraico para o grego. Esta preservação do aramaico ou do sabor semita na tradução para o grego ocorre também em outras passagens do NT. Vejamos algumas:
- Pedro, em algumas passagens é chamado pelo nome CEFAS (pedra em aramaico), preservando assim o sabor semita com que os discípulos se acostumaram a chamar Pedro.
- Lc 14,26: “Se alguém vem a mim e não ODEIA seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos, suas irmãs, sim, até a própria vida, não pode ser meu discípulos”
Teria Jesus pregado o odio? Óbvio que não! Ocorre que o aramaico não tem estruturas de comparação, tipo “amar mais” ou “amar menos”. Jesus, portanto, usou o vocábulo aramaico que traz a idéia de “amar menos” (ou seja, o mesmo que é traduzido por “odiar”), e que foi traduzido para o grego mantendo o sabor semita. Lucas podia usar a estrutura grega correspondente a “amar menos”, mas tal como no caso dos “irmãos do Senhor”, optou por manter o sabor semita do ensinamento, embora houvesse no grego termos mais apropriados.
- São Paulo cita Ml 1,2-3: “Eu amei Jacó e ODIEI Esaú” (Rm 9,13).
Obviamente, a tradução correta seria: “Eu amei mais a Jacó do que a Esaú”. Porém, Paulo mantêm o semitismo, embora o grego em que escreveu lhe proporcionasse termos mais adequados.
- Em várias passagens, São Paulo frequentemente faz uso do termo grego “dikaiosyne” não na forma estrita utilizada pelo sentido grego, mas na forma ampla do sentido hebraico de “sedaqah”.
- Lucas utiliza com frequencia o aditivo “kai” (”e”, em português), que reflete o aditivo hebraico “wau”. Ex: Lc 5,1 “… E ele se encontrava de pé …”. A palavra “e” poderia existir no hebraico, mas não no grego, nem mesmo no aramaico. Lucas nos diz que tomou grande cuidado, conversou com testemunhas oculares e checou relatos escritos sobre Jesus. Estes relatos escritos poderiam estar em grego, hebraico ou aramaico. Estas estranhas estruturas usada por Lucas em alguns pontos parece demonstrar que ele usou, em certos momentos, documentos hebraicos e os traduziu com extremo cuidado, tão extremo a ponto de manter a estrutura hebraica no texto grego. Lucas sabia como escrever em grego culto, como demonstra certas passagens. Mas por que escreveu assim? Certamente por causa de seu extremo cuidado, para ser fiel aos textos originais que usava.
Há muitos outros lugares no NT onde devemos considerar o fundamento hebraico para obter o sentido correto do grego. Demos apenas alguns exemplos que são suficientes para mostrar como os escritores do NT escreveram em grego mantendo o sabor semita das expressões, embora o grego tivesse estruturas e vocábulos mais apropriados, tais como “primos” em lugar de “irmãos”.
Em acréscimo, podemos observar que quando o AT foi traduzido para o grego (versão dos Setenta), alguns séculos antes de Cristo, o termo aramaico “ah” sempre foi traduzido para o grego ADELPHOS (irmão), mesmo quando era evidente que não se tratava de filhos da mesma mãe, mas sim de parentes próximos. Por exemplo, conforme visto acima, em Gn 13,8 “ah” deveria ser traduzido para o grego correspondente a “parentes” (tio e sobrinho), mas preservou-se o sabor semita “irmãos”. Portanto, não se deve admirar o fato do hagiógrafo do NT manter o sabor semita do vocábulo “ah” referente aos parentes, pois este também foi o critério usado na tradução do AT, alguns séculos antes de Cristo nascer. O linguajar grego da Versão dos Setenta, que conservava seu fundo semita, influiu profundamente na linguagem dos escritores do NT, familiarizados que estavam com a tradução dos Setenta. E quando se traduz a Bíblia para as línguas modernas, português, inglês, etc., o termo correspondente a “irmão” também é mantido mesmo nos casos onde é evidente que não se tratam de filhos dos mesmos pais, mas sim de parentes.

9. Mas o Profético Salmo 68 Afirma: “os filhos de sua mãe”!

O Salmo 68 é um salmo profético, pois o versículo 10 é aplicado à Jesus pelos discípulos em Jo 2,17: “O zelo pela tua casa me consumiu”. Dessa forma, se o versículo 10 foi aplicado a Jesus, muitos sugerem que o versículo 9 também deve ser aplicado, pois está adjacente ao versículo 10. Vejamos o que diz o versículo 9:
“Tornei-me um estranho para meus irmãos, um desconhecido para os filhos de minha mãe.”
Observe: “para os filhos de minha mãe”! Daí muitos concluem que Maria teve outros filhos além de Jesus.
O que dizer?
Ocorre, porém, que dado um contexto que contenha um versículo profético, se é verdade que todos os versículos deste contexto sejam todos igualmente proféticos, então o versículo 6 deste Salmo também deveria ser profético e aplicado a Jesus, pois pertence ao mesmo contexto dos versículos 9 e 10. Mas o que diz o versículo 6 ?
“Vós conheceis, ó Deus, a minha insipiência, e minhas faltas não vos são ocultas.” (Sl 68,6)
No salmo 68, o sujeito dos versículos 9 e 10 é o mesmo sujeito do versículo 6. Se o versículo 9 deve ser aplicado a Jesus porque o versículo 10 foi, então o versículo 6 também teria que ser, pois pertencem ao mesmo contexto. Mas o versículo 6 é a confissão de um sujeito insipiente e pecador. Porém, o NT nos garante que Jesus jamais cometeu um pecado (Jo 8,46; Hb 4,15; 1Pd 2,22; Is 53,9; 1Jo 3,5). Logo, concluímos que se um versículo do At for aplicável a Jesus (ou a alguém ou a algum fato do NT) não significa que todo os versículos adjacentes a ele (ou todo o contexto onde ele está inserido), também sejam obrigatoriamente proféticos e igualmente aplicáveis. No caso citado, o versículo 10 é aplicado a Jesus, mas os versículos 6 e 9, não.
Em acréscimo, observe o versículo 22 deste mesmo salmo. Ele também é profético e aplicado a Jesus (Mt 27,34; Jo 19,29). Igualmente os versículos 23, 24 e 26 são todos proféticos. Porém, enquanto o 23 e 24 são aplicado a Israel (Rm 11,9s), o versículo 26 é aplicado a Judas (At 1,20). Isto também comprova que os versículos são aplicados a sujeitos distintos sem qualquer vínculo com o contexto onde se encontra. E ainda, neste mesmo contexto, observe como os versículos 25, 28 e 29 destoam profundamente de Lc 23,34. Novamente observamos que não é porque alguns versículos são proféticos e aplicáveis ao NT que todos os versículos adjacentes o devem ser. Portanto, o versículo do Sl 68,9 não garante que Maria tenha tido outros filhos.
Parte III: Ainda Respondendo às Objeções Protestantes

10. A Bíblia diz: “Até que…” (Mt 1,25)

“José não conheceu Maria (= não teve relações com Maria) ATÉ QUE ela desse à luz um filho (Jesus)”.
Significa isto que, depois de ter dado à luz a Jesus, Maria teve relações conjugais com José?
Não necessariamente. A expressão “até que” corresponde ao grego “heos hou” e ao hebraico “ad ki”. Esta partícula designa apenas o que se deu (ou não se deu) no passado, sem indicação do que havia de acontecer no futuro. Ou seja, a passagem quer afirmar que Jesus nasceu sem que José e Maria tivessem relações. O termo grego “heos hou” (”até que”) nada insinua se depois que Jesus nasceu houve ou não relação entre Maria e José, mas simplesmente relata algo que ocorreu no passado, no caso, Mateus quis relatar o fato extraordinário de que Jesus nasceu estando sua mãe virgem. Vejamos diversos casos semelhantes:
2Sm 6,23: “Micol, filha de Saul, não teve filhos ATÉ a morte.” Não significa que, após morrer, tenha tido filhos.
Sl 109,1: Deus Pai convida o Messias a sentar-se à sua direita ATÉ QUE Ele faça dos seus inimigos o escabêlo dos seus pés. Isto não significa que, após vencidos os inimigos, o Messias deixará de se assentar à direita do Pai.
Gn 28,15: “Diz o Senhor a Jacó: Não te abandonarei ATÉ QUE eu tenha realizado o que te prometi.” Certamente Deus não abandonou Jacó depois de cumprir as suas promessas.
Dt 34,6: Moisés foi enterrado “e ATÉ hoje ninguém sabe onde se encontra sua sepultura”. Isto era verdade no dia em que o autor do Deuteronômio relatou o fato; e continua sendo verdade ainda hoje.
1Tm 4,13: O Apóstolo pede para que Timóteo se devote à leitura, exortação e ensinamento “ATÉ eu (Paulo) chegar”. Isso não quer dizer que Timóteo deveria parar de fazer tais coisas após a chegada de Paulo.
Mt 13,33: “O reino dos céus é semelhante ao fermento, que uma mulher toma e introduz em três medidas de farinha, até que [heos hou] tudo esteja levedado.” Isso não quer dizer que depois que levedou ja não havia mais 3 medidas de farinha.
Mt 26,36: “Então chegou Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani, e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto [heos hou] vou além orar.” Observe que Jesus ordena para que os discípulos esperem sentados. Isto não significa que, ao retornar da oração, eles deveriam novamente se levantar. Não! Quando Jesus voltasse, eles poderiam permanecer sentados conversando, ou irem durmir ou se levantarem. Observe como o HEOS HOU nada nos informa sobre o estado futuro.
Lc 24,49: “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que [heos hou] do alto sejais revestidos de poder.” Quer dizer que, após Pentecostes, todos os apóstolos saíram de Jerusalém? De modo algum. Observe como HEOS HOU refere-se apenas ao passado, sem nada indicar sobre o futuro. A ordem de Jesus era para que antes de Pentecostes não saíssem de Jerusalém de modo algum. Depois, pouco lhe importa se permaneceriam ou se sairiam dali.
Alguns protestantes, porém, ainda contra-argumentam afirmando que no período entre 100 AC e 100 DC (época em que o NT foi escrito), a partícula “até que” (HEOS HOU, em grego) não era usada sem fazer referências ao futuro. Este argumento também é falso. Podemos citar, por exemplo, um escrito da época citada que diz:
“E Aseneth foi deixada com as sete virgens, e continuou a ser oprimida e a chorar ATÉ (HEOS HOU) o sol se pôr. E não comeu pão nem bebeu água. E a noite veio, e todos da casa dormiram, e somente ela estava acordada, continuando a se desesperar e a chorar.”
Fonte: História “Joseph e Aneseth” de C. Burchard, que pode ser encontrada em Old Testament Pseudepigrapha. Vol. 2, Expansions of the Old Testament and Legends, Wisdom and Philosophical Literature, Prayers, Psalms, and Odes, Fragments of Lost Judeo-Hellenistic Works, ed. James H.Charlesworth, p. 215. New York: Doubleday, 1985.
Notamos pelo contexto que Aneseth chorou até o pôr do sol, mas que ela continuou a chorar pela noite. Eis um caso clássico, da época de Cristo, onde “heos hou” não implica em mudança de ação futura, pois o próprio contexto não dá margem a qualquer outra possibilidade. Portanto, ou “heos hou” termina o ato, ou o continua. Neste exemplo ele certamente não terminou o ato, senão é fato que Aneseth deveria ter parado de chorar, e não continuado, depois que o sol se pôs.
Todos esses exemplos são casos em que se faz referência ao passado, sem referências do futuro. Essa locução era frequente entre os semitas e foi usada em Mt 1,25. A tradução mais clara deste versículo seria “Sem que José tivesse tido relações com Maria, ela deu à luz um filho”.

11. Se Jesus era o Primogênito, então foi o Primeiro de outros Filhos

Lc 2,7: “Maria deu à luz o seu filho primogênito”
Literalmente, “primogênito” é o primeiro filho, independente de haver ou não um segundo filho. Em hebrico “bekor” (primogênito) podia designar simplesmente “o bem-amado”, pois o primogênito é certamente aquele dos filhos no qual durante certo tempo se concentra todo o amor dos pais. Além disto, os hebreus julgavam o primogênito como alvo de especial amor de Deus, pois devia ser consagrado ao Senhor (Lc 2,22; Ex 13,2; 34,19).
A palavra “primogênito” podia mesmo ser sinônima de “unigênito” (único filho), pois um e outro vocábulos na mentalidade semita designam “o bem-amado”. Veja, por exemplo, Zc 12,10:
“Quanto àquele que transpassaram, irão chorá-lo como se chora um filho unigênito; irão chorá-lo amargamente como se chora um primogênito”
Da mesma forma, Maquir que é o único filho de Manassés é chamado de “primogênito” em Jos 17,1. A descendência de Manassés é descrita em Nm 26,29-34.
Observe como “primogênito” refere-se apenas a condição do primeiro filho, sem nada afirmar sobre outros filhos:
Ex 13,2: “Consagra-me todo primogênito, todo o que abre o útero materno entre os filhos de Israel. Homem ou animal será meu.”

Ex 34,19: “Todo o que sair por primeiro do seio materno será meu: Todo macho, todo primogênito das tuas ovelhas e do teu gado.”
Lc 2,23: “Todo macho que abre o útero será consagrado ao Senhor”
Numa inscrição sepulcral judaica datada de 5 AC e descoberta em Tell-el-Yedouhieh (Egito), em 1922, lê-se que uma jovem chamada Arsinoé MORREU “nas dores do parto do seu filho primogênito”. Ora, se ela morreu, então não teve outros filhos além do filho dito “primogênito”. E mais ainda: no apócrifo “Antiguidades Bíblicas”, a filha de Jefté (Jz 11,29-39) ora é dita primogênita (primeira filha), ora é dita unigênita (única filha). Portanto, embora fosse a única filha, também era chamada de primogênita.
E para confirmar definitivamente que o primogênito não necessariamente têm outros irmãos, São Jerônimo apresenta Lc 2,22-24 que diz:
“Concluídos os dias da sua purificação, de acordo com a lei de Moisés, eles o levaram a Jerusalém para apresentá-lo ao Senhor [como está prescrito na lei do Senhor, todo macho que abre o útero deve ser consagrado ao Senhor] e para oferecer em sacrifício de acordo com o que é prescrito na lei do Senhor, um par de rolinhas ou duas pombas novas”
Como não havia tempo suficiente, até o dia da sua purificação, para Maria conceber novamente, é certo que Jesus foi consagrado ao Senhor (lei da primogenitura) antes de ter qualquer irmão. Ora, se o primogênito fosse restrito àqueles que possuem irmãos, ninguém estaria sujeito a lei da primogenitura, enquanto não nascesse seu irmão. Mas visto que, o primeiro filho (que ainda não tem irmãos mais novos), poucos dias depois de nascer já é sujeito à lei da primogênitura, deduzimos que é chamado primogênito aquele que abre o útero da mãe e que não foi precedido por ninguém, e não aquele cujo nascimento foi seguido por outro de irmão mais novo.
Vimos, portanto, que o primeiro filho homem será consagrado a Deus. Este é o primogênito. Mesmo que não seja o primeiro filho, mas se for o primeiro filho homem, ele é o primogênito. E, se for o único filho, ele também é o primogênito porque foi o primeiro e único. Enfim, o termo “primogênito” possui o mesmo modo de falar de Mt 1,25: “primogênito” vem a ser apenas o filho antes do qual não houve outro, não necessariamente aquele após o qual houve outros.

12. Se Maria fez voto de virgindade, como pode ter desposado José?

Santo Agostinho explica:
“O que tornou a virgindade de Maria tão santa e agradável a Deus não foi porque a concepção de Cristo a preservou, impedindo que sua virgindade fosse violada por um esposo, mas porque antes mesmo de conceber ela já a tinha dedicado a Deus e merecido, assim, ser escolhida, para trazer Cristo ao mundo.
É o que indicam as palavras de Maria em resposta ao anjo que lhe anunciava a maternidade: “Como é que vai ser isso, se eu não conheço homem algum?” (Lc 1,34). Por certo, ela não teria falado assim, se não houvesse consagrado anteriormente sua virgindade a Deus. Mas como esse voto ainda não tinha entrado nos costumes dos judeus, ela fora dada em casamento a um varão justo o qual, longe de lhe tirar o que ela já havia consagrado a Deus, seria ao contrário o seu fiel guardião. Ainda que ela apenas tivesse dito: “Como é que vai ser isso”, sem acrescentar: “se eu não conheço homem algum”, não ignorava que, como mulher, não precisaria perguntar como daria à luz esse filho prometido, no caso de estar casada para ter filhos.
Poderia também ter recebido uma ordem do céu de permanecer virgem, a fim de que o Filho de Deus tomasse nela a forma de escravo por algum grande milagre. Mas por estar destinada a servir de modelo às futuras virgens consagradas, era preciso não deixar parecer que unicamente ela deveria ser virgem, ela que merecera conceber fora do leito nupcial.
Assim, consagrou sua virgindade a Deus, enquanto ainda ignorava de quem havia sido chamada a ser mãe. Desse modo, ela ensinava, às outras, a possibilidade de imitação da vida do céu, em um corpo terrestre e mortal, em virtude de um voto e não de um preceito, e realizando-o por opção toda de amor, não por necessidade de obedecer. Cristo, assim, nascendo de uma virgem que, antes mesmo de saber de quem seria mãe, já tinha resolvido permanecer virgem, esse Cristo preferiu aprovar a santa virgindade a impô-la. Dessa maneira, mesmo na mulher da qual haveria de receber a forma de servo, ele quis que a virgindade fosse o efeito da vontade livre.” (A Santa Virgindade - Santo Agostinho)
Vejamos, agora, o que nos diz o Papa João Paulo II:
“No momento da anunciação, Maria encontra-se então na situação de noiva. Podemos perguntar-nos porque ela tinha aceito o noivado, dado que havia feito o propósito de permanecer virgem para sempre. (…) Pode-se supor que entre José e Maria, no momento do noivado, houvesse um entendimento sobre o projeto de vida virginal.
De resto, o Espírito Santo, que tinha inspirado Maria à escolha da virgindade em vista do mistério da Encarnação, e queria que esta acontecesse num contexto familiar idôneo ao crescimento do Menino, pôde suscitar também em José o ideal da virgindade.” (João Paulo II - Catequese - 17 a 24/08/1996)
Em acréscimo, lembro também que na cultura judaica uma mulher sem marido não era bem vista (veja, por exemplo, 1Cor 7,36). Desposando de José, homem justo, Maria não passaria por tal constrangimento e ainda cumpriria o voto de virgindade. Uma segunda observação, é que quando o Papa fala no ideal de virgindade de José, este ideal pode ter sido suscitado após sua viuvez, uma vez que existem relatos de que José teria tido filhos em seu primeiro casamento.

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Para citar este artigo:

PINTO, Cláudio. Apostolado Veritatis Splendor: OS “IRMÃOS” DE JESUS: MARIA TEVE OUTROS FILHOS?. Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/4852/os-irmaos-de-jesus-maria-teve-outros-filhos


Por Cláudio Pinto

Fonte: A Barca de Jesus


Papa convoca a vencer a morte pelo amor e dar a vida pelas almas

''O amor vence a morte''


"Dar a vida pela salvação das almas". Este foi o convite do Papa Bento XVI aos cerca de 4 mil fiéis e peregrinos reunidos, neste domingo, 9, no pátio da residência de Castel Gandolfo, para a oração dominical do Ângelus.
Assim como no domingo passado, no contexto do Ano Sacerdotal, o Papa meditou sobre alguns santos recordados pela liturgia nestes dias: Santa Clara de Assis e dois mártires executados no campo de Auschwitz: Santa Teresa Benedita da Cruz, antes
chamada Edith Stein, judia convertida ao catolicismo, e São Maximiliano Kolbe, natural da Polônia.
“Estes santos são testemunhas da caridade que ama até o fim, não levando em conta o mal recebido, mas combatendo com o bem. Devemos, especialmente nós, sacerdotes, nos inspirar neles, em seu heroísmo evangélico que nos leva, sem temer, a darmos a vida pela salvação das almas. O amor vence a morte”, proclamou Bento XVI, recordando que todos os santos, especialmente os mártires, são testemunhas de Deus, que é amor.
Nascido na Baviera, em 1927, Bento XVI afirmou que os campos de concentração nazistas, como todo campo de extermínio, podem ser considerados símbolos extremos do mal, do inferno que se abre sobre a terra quando o homem se esquece de Deus e quer substitui-Lo, apropriando-se do direito de decidir o que é o bem e o que é o mal, de dar a vida e a morte. Infelizmente, no entanto, este triste fenômeno não se limita aos campos de concentração. São o ápice de uma realidade ampla e muito comum, que tem confins indefinidos”.
Bento XVI sublinhou as divergências existentes entre o humanismo ateu e o humanismo cristão: uma antítese que se verificou em toda a história, mas que no fim do segundo milênio alcançou seu ponto mais crucial.
“Por um lado, existem filosofias e ideologias, mas cada vez mais há modos e pensar e agir que exaltam a liberdade como único princípio do homem, como alternativa a Deus, transformando o homem em um deus, mas é um deus errado, que se comporta arbitrariamente. Por outro, existem os santos, que, praticando o Evangelho da caridade, dão razão à sua esperança, apresentam o verdadeiro rosto de Deus, que é Amor, e ao mesmo tempo, o rosto autêntico do homem, criado à imagem e semelhança divina”.
Antes de rezar a oração mariana, o Papa pediu para rezarmos a Nossa Senhora a fim de sermos santos como estas heróicas testemunhas da fé e da entrega de si, até o martírio. “Este é o único modo para oferecermos aos questionamentos humanos e espirituais suscitados pela crise do mundo atual, uma resposta crível e exaustiva: a da caridade na verdade”, completou o Santo Padre.

Saudações aos peregrinos

Depois de rezar o Ângelus com os fiéis, o Papa fez suas saudações em várias línguas, recordando o testemunho dos santos e desejando a todos um bom domingo.
Em transmissão ao vivo para a Polônia, Bento XVI se disse particularmente próximo aos fiéis que nestes dias de agosto fazem peregrinação a pé ao Santuário de Nossa Senhora de Jasna Gora, em Czestochowa, e a outros santuários marianos.
“Que seu caminho traga frutos abundantes: a conversão dos corações, o dom da divina misericórdia e a proteção de Nossa Senhora. Confio às suas orações o meu ministério universal e as intenções da Igreja”.
por fim, o Pontífice concedeu a sua bênção a todos os fiéis presentes, bem como aos que o acompanharam pelo rádio e pela televisão.

Fonte: Canção Nova

sábado, 12 de setembro de 2009


4 MÉTODOS DIFERENTES PARA PROVAR QUE A IGREJA CATÓLICA É A VERDADEIRA IGREJA QUE JESUS CRISTO FUNDOU


sexta-feira, 28 de agosto de 2009



Os Sete Pecados Capitais
Segundo São Gregório Magno e São Tomás de Aquino


São João revela-nos, na sua I epístola, a existência de três concupiscências como fonte de todos os pecados, especialmente dos sete pecados capitais: "Tudo o que está no mundo é ou concupiscência da carne, ou concupiscência dos olhos, ou orgulho da vida" (I Jo 2,16).
Da concupiscência da carne nascem a gula, a luxúria e a preguiça.
Da concupiscência dos olhos nasce a avareza (e também a curiosidade, que não é um pecado capital, mas que pode servir todas as concupiscência).
Do orgulho da vida nascem o orgulho ou amor da vã glória, a inveja e a cólera.
O quadro seguinte pode-nos esclarecer sobre as conseqüências para a alma dos sete pecados capitais e encoraja-nos a fazer "jejum do pecado", que deve necessariamente acompanhar as nossas penitências (oração, jejum, esmola).

I- ORGULHO OU VÃ GLÓRIA
"Paixão que nos leva a sobreestimar e a procurar de modo exagerado a glória".

Gera:
* Jactância - Coloca-se a si mesmo à frente e dá-se valor por presunção...
* Afetação das novidade - ou querendo causar admiração e impressionar pelas suas atitudes audaciosas ou rebuscadas (modas, idéias, etc.)
* Hipocrisia - ou ainda, simulando a posse de certas qualidades, para parecer o que na verdade não é.
* Obstinação - Distingue-se dos outros pela teimosia do seu espírito...
* Discórdia - ou pela sua vontade de desacordo, onde os corações deviam estar unidos...
* Contenção - Impõe-se os outros por palavras duras.
* Desobediência - manifesta-se desde a insubmissão à revolta.

II- INVEJA

"Tristeza com o bem de outrem, porque esse bem é entendido como uma diminuição da sua própria excelência pessoal".

Gera:
* Cochichos - Procurar rebaixar a glória de alguém falando em segredo.
* Maledicência - em seguida, fere-se a sua reputação, dizendo abertamente mal.
* Alegria com o al de outrem - Se o mal chega a alguém: "É bem feito!".
* Tristeza pelo seu bem - Inveja-se a pessoa pelos seus bens materiais e espirituais (este último ponto é um pecado contra o Espírito Santo).
* Rancor pelo próximo - Deseja-se mal ao próximo.

III- CÓLERA

"Paixão desregrada que nos leva a vingarmo-nos do que nos ofende".

Gera:
* Indignação - No coração: irritação ao pensamento de quem nos fez mal...
* Fúria do espírito - Enche-se o espírito de perturbação para encontrar meio de se vingar.
* Clamor - Nas palavras, manifesta-se a cólera levantando a voz.
* Injúria - As palavras tornam-se ultrajes contra o próximo...
* Blasfémia - Contra Deus, para jurar, clamando vingança.
* Rixa - a querela passa aos atos: violência física.

IV - AVAREZA
"Amor desregrado pelo dinheiro e bens materiais".

Gera:
* Dureza de coração - Desejo excessivo de conservar o dinheiro; o coração deixa de se abrir às necessidades dos outros.
* Inquietação - Desejo ecessivo de obter dinheiro, o que leva a cuidados e preocupações exageradas.
* Violência - Para se apoderar do seu bem, seja abertamente pela força...
* Embuste - Seja de modo disfarçado pela artimanha - por palavras...
* Perjúrio - (agravo pelo falso juramento)...
* Fraude - Por atos.
* Traição - Violação dos segredos do próximo, com o fim de ganho de dinheiro (Judas).

V- GULA
"Procura desordenada do prazer no beber e no comer".

Gera:
* Estupidez - A inteligência indisposta pelos vapores que sobe à cabeça e que impedem a reflexão, a oração, etc.
* Alegria vã - A razão perde a sua ascendência sobre a vontade; já não manda, porque " o vinho faz crer que tudo é bem estar e felicidade".
* Loquacidade - Desordem nas palavras: "a língua agita-se a torto e a direito".
* Palhaçada - Desordem dos gestos: "tudo é bom para rir".
* Impureza - Desordem do corpo: a falta de asseio, falta de reserva e todas as espécies de excessos.

VI- PREGUIÇA
"Procura desordenada do repouso e do prazer em nada fazer, negligenciando o seu bem espiritual".

Gera:
* Desespero - Renuncia ao fim que o faz triste, o bem divino.
* Pusilanimidade - Falta de coragem em relação aos meios de perfeição, que parecem muito penosos.
* Indolência - os mandamentos comuns a todos são uma fonte de tristeza e são negligênciados.
* Rancor - Ressentimento contra aqueles que nos querem conduzir a caminhos mais perfeitos.
* Malícia - Desprezo pelos próprios bens espirituais.
* Desvio para as coisas interditas - Procura de outros bens interditos, para preencher o vazio afetivo.

VII- LUXÚRIA
"Procura desordenada do prazer da carne".

Gera:
* Cegueira
* Precipitação
* Inconsideração
* Inconstância - As quatro atingem a inteligência:

1)-Apreensão: "O amor é cego".
2)- Deliberação: Sem auto-controle, não existe reflexão.
3)- Julgamento: Erro, ilusão, decisões inflexíveis.
4)- Resolução: Indecisão, tergiversações.

* Egoísmo - Duas desordens da vontade:

1)- Escolha do fim: "Quero o meu prazer, ainda que desordenado...
* Aversão a Deus - ...mesmo que Deus mo proíba..."
* Amor da vida presente e horror da vida futura
2)- Escolha dos meios: "Nada me interessa mais do que as alegrias da vida presente!".

Por: http://www.voltaparacasa.com.br/os_sete_pecados_capitais.htm

quarta-feira, 24 de junho de 2009

CARTA ABERTA AOS PROTESTANTES

carta aos protestantes
CARTA 
ABERTA AOS PROTESTANTES 

 Vós dizeis que a Igreja Católica apostatou, que o paganismo, como um tufão incontrolável, lhe penetrou todos os recantos, e, qual um carrasco impiedoso, não poupou nenhum dos seus membros. A acusação é grave, e exige provas indiscutíveis. E que provas, senhores, me podereis apresentar? Eu vos direi: alegareis o culto da Virgem Maria, o purgatório, a veneração das imagens e outras tantas doutrinas e práticas que o protestantismo, no seu ódio incontido à Igreja Romana, repudiou. Ora, desde quando o repúdio do protestantismo serve como prova de alguma coisa? Direis que a Bíblia se opõe a essas doutrinas e práticas. Mas quem o disse? O protestantismo? Então voltamos para o mesmo lugar, visto que não me serve o repúdio do vosso protestantismo, assim como não vos servem as afirmações do meu Catolicismo. É tudo uma questão de interpretação. Se disserdes, portanto, que tais coisas são contrárias às Escrituras, eu vos responderei que não são, e, se apontardes textos que, na vossa opinião, favorecem o que sustentais, vos direi que o vosso próprio entendimento vos traiu, e indicarei mil outras passagens a contrastar com o que pensais ser a verdade. Por vossa vez, certamente me acusareis de torcer miseravelmente a Palavra de Deus. O que restará, pois? Nada além de afirmações contra afirmações e interpretações contra interpretações. Tudo findará numa contenda inútil, dessas que embrutecem o espírito e ensoberbecem a inteligência, já tão inclinada à vaidade. Não, senhores! Devemos partir de um ponto que nos seja pacífico, de uma premissa que todos admitamos. Somente assim saberemos com quem está a verdade e onde reside o erro. Afirmais a paganização da Igreja, e eu não me incomodo em concedê-lo por um momento. A Igreja Católica apostatou? Seja. Ora, se veio a apostatar, é porque, de fato, não era ainda apóstata. Quem diz apostasia diz a passagem de uma realidade para outra diametralmente oposta. O ato de apostatar exige uma condição prévia inteiramente incompatível com a apostasia. Assim como uma barra de ferro só se poderá esquentar se estiver fria, e um pedaço de madeira só se poderá partir se estiver inteiro, e um homem só poderá morrer se estiver vivo, também a Igreja Católica só poderia apostatar se estivesse em algum momento livre de apostasia; só poderia paganizar-se se não estivesse paganizada ainda. Negareis o óbvio? Não o creio. Muito bem. Mas se um dia a Igreja não foi apóstata, se não era paganizada em algum momento da história, segue-se que foi um dia legítima, autêntica, verdadeira. Se era verdadeira, era, por conseguinte, a Igreja de Jesus Cristo, pois não havia outra. Temos, então, que essa Igreja que chamais apóstata, foi em alguma época a verdadeira Igreja, pura nas suas doutrinas e práticas. Negareis o óbvio? Não o creio. Mas afirmais que ela apostatou. Como? A verdadeira Igreja poderia alguma vez apostatar? É aqui, senhores, que a vossa afirmação desmorona, como um imenso castelo de areia firmado na flacidez do chão molhado da praia. Desde quando a Igreja poderia apostatar? Nunca! Jesus Cristo teria sido um mentiroso, um impostor, e mui justa seria a sentença condenatória exarada por Pôncio Pilatos e a acusação vinda da parte do Sinédrio. Mas isso ninguém jamais cogitou. Justo foi Pilatos? Justo o Sinédrio? Impossível! As promessas neotestamentárias da assistência divina à Igreja, por outro lado, são muitas e claras. Ao dizer a Pedro do estabelecimento da Igreja, o Salvador garantiu que as portas do Inferno não prevaleceriam contra ela (cf. Mt. 16,18). Ora, se a Igreja depois disto apostatou, deixando de ser a verdadeira Igreja, segue-se que as portas do Inferno prevaleceram e Jesus foi um falso profeta. Em outra ocasião, pouco antes de ascender, o Senhor disse aos apóstolos que ficariam com eles “até a consumação dos séculos” (Mt. 28,20). Mas o que seria desta presença sempre continuada, se o paganismo depois invadisse a Igreja e a corrompesse até os seus fundamentos? Sabendo da proximidade da sua ida para junto do Pai, Jesus falou do Espírito Santo: “Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco” (Jo. 14,16; ainda 14,26; 15,26). Mas onde, senhores, [estaria] a eficácia da atuação deste Paráclito se apostatasse a Igreja? Ah, Galileu! Se a Igreja apostatou, não passaste de um traidor miserável, que nos ludibriou a todos! Prometeste que as portas do Inferno jamais prevaleceriam, mas a Igreja apostatou. Prometeste a tua assistência até o final dos séculos, mas a Igreja apostatou. Prometeste o Espírito da verdade para que ficasse eternamente, mas a Igreja apostatou. Ah! Serei ateu! Passarei para a irreligião! O Jesus em que acreditei mentiu para mim! Oh, judeus! Acolhei-me em vosso meio, abraçai-me em vossas sinagogas! O Messias não chegou! Jesus mentiu! Bendito sejas, Caifás, por teres denunciado um falso Cristo! Barrabás, bendita a tua libertação. Judas! Judas! Por que tiraste a própria vida? Morreste por um farsante! Nero! Nero! A humanidade te será eternamente grata por teres usado da tua força para exterminar os seguidores de um embusteiro que se dizia Redentor. Não soubesse eu, senhores, que a assistência divina é infalível e que tem, pelos séculos, preservado a Igreja de todas as heresias, e estes brados de revolta soariam os mais justos e louváveis. Mas sei que a Igreja, um dia edificada sobre a Rocha, jamais renegou os ensinamentos que recebeu, porque nela atua Aquele que é a própria Verdade, mesmo que assim não queiram as vossas incontáveis denominações, que, não tendo Deus Cristo por fundador, jazem impotentes ante um turbilhão de contradições doutrinárias. 

Autor: Fábio Morais Fonte: Revista “Pergunte e Responderemos” nº 459 http://www.slacerdaf.com/?page_id=37

terça-feira, 23 de junho de 2009

Protestante pergunta sobre a visão católica da RCC
04/05/2007

Em meio a tantas divergências, católicos e protestantes tidos como tradicionais, embora não haja uma escala que determine com precisão o que é ser tradicional ou não, parecem obeservar com os mesmos olhos reservados o fenômeno pentecostal. A olhos nus, RCC e denominações (neo)pentecostais comungam de práticas bastante semelhantes, ainda que saibamos que na essência as coisas não são assim tão convergentes, o que não impede que ambas advoguem para si arroubos litúrgicos fundamentados no argumento da fervorosidade. Minha pergunta é: Como a doutrina católica vê, teologicamente - de preferência à luz da Bíblia - o movimento pentecostal em todas as suas matizes ? Se são favoráveis, por que a RCC muitas vezes não é vista com bons olhos pelas alas mais conservadoras (Bento XVI, por exemplo)? Se não são, por que não sufocaram o movimento na origem, visto que é documental que houve a participação de um pastor pentescotal, membro da organização ADHONEP, nas raízes do movimento aqui no Brasil?
O que a doutrina católica admite como sendo os batismos com o Espírito Santo e com fogo? Isso tudo tem alguma coisa a ver com o OPUS OPERATUM medielval, onde, em algum lugar da história eclesiástica romana, acreditou-se nesses eventos sobrenaturais, em tempos distantes de Oscar Quevedo? Desculpe. Ia fazer só uma pergunta. Mas fica claro que um raciocínio acaba levando a outro.
Grato pela atenção.

Neto Curvina
Missionário da Comunidade Batista Shalom
*****
Caríssimo sr. Curvina, estimado em Cristo,
Alguns pontos precisam ser esclarecidos.

1. A RCC não nega que tenha raízes protestantes. Todavia, isso não invalida sua pertença à Igreja Católica, dado que sempre admitiu o Magistério a possibilidade de movimentos surgidos fora da comunhão com o Papa serem por ela incorporados, desde que purificados.
2. Ainda que tenha raízes no protestantismo, é inegável que fenômenos místicos extraordinários sempre foram cridos pela Igreja Católica. O manual de teologia ascética de Tanquerey, clássico no gênero, aborda, com grande explanação doutrinária e profundidade teológica, essas graças especiais. Ou seja, os carismas e manifestações sobrenaturais nunca foram estranhos à prática católica. A "novidade", se é que assim podemos dizer em relação à RCC, é sua renovação, seu novo ardor em algo que nunca deixou de ser plenamente católico.
3. Bento XVI nunca atacou a RCC. Pelo contrário, o Serviço Internacional da Renovação Carismática Católica e a Fraternidade Católica Internacional de Comunidades Carismáticas são associações de fiéis de Direito Pontifício, com personalidade canônica reconhecida, portanto, pela Santa Sé, e a ela diretamente submetidas. O Papa é um defensor de todos os movimentos legitimamente católicos. O senhor anda mal informado.
Claro que isso não isenta o movimento falhas em alguns aspectos de sua prática e, mesmo que mínimo, da doutrina de muitos de seus membros. Todavia, essa correção - que é manifestação da caridade cristã, da solicitude dos Bispos, e da unidade da Igreja - deve ser feita por quem de direito: o Papa! É a ele que cabe a referida purificação da RCC, alterando aquilo que deve ser alterado, preservando o que pode ser preservado.
4. Sua compreensão da expressão ex opere operatum é absolutamente equivocada. A terminologia não é apenas medieval e distante. É católica e, como católica, atual. A doutrina da Igreja, por mais que não seja aceita pelos protestantes, é a mesma. Protestam, neguem, ataquem, mas, em nome da honestidade, não afirmem que a doutrina católica muda. Concedamos, para fins de debate, que esteja a doutrina católica errada: ainda assim, errada, não muda.
Se um sacerdote, como o citado pelo senhor, desconsidera a manifestação sobrenatural (não me parece verdade, pois o Pe. Oscar Quevedo nega outros pontos da doutrina católica, mas esse, graças a Deus, não), o erro é dele, não da Igreja. A doutrina não muda. Alguns dos ministros católicos é que pregam, infelizmente, de modo contrário ao Magistério.
Pois bem, a ação ex opere operato é de fé, atualíssima, portanto. É parte essencial da doutrina católica. E não se refere à ação extraordinária do Espírito Santo, mas, exatamente, à ordinária, através dos sacramentos.
5. Cabe lembrar que a Igreja não vê as coisas “à luz da Bíblia”, se por tal expressão entendermos uma crença na Sagrada Escritura como única regra de fé e prática. A Igreja crê na Bíblia, mas advoga a Tradição Apostólica como igual modo de termos acesso à Revelação:
6.Sobre os abusos cometidos na RCC, devem ser corrigidos. Cuidado, entretanto, para não jogar fora o bebê junto com a água do banho. Missa barulhenta e com palmas, ritos estranhos no meio da liturgia, ênfase demasiada nos dons extraordinários, prática de libertação fora da doutrina católica, e influência puritana, tudo isso deve ser combatido e é. Mas pelo Papa! Contudo, combatamos os abusos, não a RCC em si...
7. Podemos discutir a natureza do tal "batismo" no Espírito Santo.
Por ora, algumas indicações:
a) uma visita extraordinária do Espírito Santo, além daquelas recebidas nos sacramentos, é possível, sim, segundo a doutrina católica; nisso a RCC está de acordo com a ortodoxia da Igreja;
b) essa visita pode vir acompanhada de sinais sensíveis, mas nem sempre o vem; esses sinais podem ser manifestações místicas extraordinárias (dons carismáticos); o erro, em boa parte dos ambientes carismáticos, é tanto a indevida ênfase na manifestação dos dons, como se ordinários fossem (tornando trivial o que é extraordinário), quanto a pregação de que, ainda que não se manifestem dons, essa visita do Espírito Santo deva ser acompanhada de sinais sensíveis (emoções, consolações, coração aquecido); tudo isso pode ocorrer, mas na maioria das vezes não ocorre;
c) tal visita é uma graça de Deus, e nunca esteve ausente da vida da Igreja, não podendo ser fruto da RCC; a RCC cultiva com maior particularidade o amor, a busca e o estudo de tal visita, e aqui está sua riqueza; todavia, não se pode pretender que, sem a RCC, não há essa visita, esse enchimento do Espírito Santo, que sempre ocorreu na história da Igreja, com os leigos, com os diversos movimentos, ordens religiosas etc; até hoje, é possível e muito comum experimentar-se uma ação mais vigorosa do Espírito (até mesmo com sinais sensíveis!!!!) fora da RCC;
d) a expressão "batismo no Espírito" é absolutamente inadequada; confunde-se com o sacramento do Batismo (pelo qual recebemos, de fato, o Espírito Santo), tem origem e forte conotação protestante (que não aceitam o Batismo como autêntico canal da graça, pelo qual recebemos o Espírito, distinguindo "batismo das águas" e "batismo do Espírito"; a Igreja ensina que o que é chamado por alguns evangélicos de "batismo nas águas" é, propriamente, um Batismo no Espírito, o sacramento do Batismo!). Pede a Igreja, então, que se use outras expressões. A CNBB, por exemplo, recomenda "efusão no Espírito Santo".
Entende a Igreja, pois, que o tal "batismo no Espírito" é uma visita extraordinária do Espírito Santo nas almas, um aumento da graça santificante e do ardor apostólico, acompanhada ou não de fenômenos sensíveis. Isto é plenamente coerente com a doutrina católica, e os santos o experimentaram, sim, como, aliás, todos, sejam ou não da RCC, podem experimentar. Agora, se o "batismo no Espírito" é só aquela gritaria com gente impondo mãos e outros "falando em línguas" aí é outra história. Oficialmente, a RCC ensina conforme a primeira hipótese. Cabe aos dirigentes trabalhar no sentido de extirpar a segunda, em comunhão com o Papa.

Espero ter esclarecido às dúvidas.
Em Cristo, Nosso Rei, Senhor e Salvador,
Dr. Rafael Vitola Brodbeck
Fonte: veritatis esplendor

http://www.rccto.org.br/artigos.php?id=50

domingo, 21 de junho de 2009


CASAMENTO - SACRAMENTO INDISSOLÚVEL ?

Por que a Igreja católica proclama o matrimônio como sacramento indissolúvel ? Qual é o ensinamento da Bíblia ?
a) A Bíblia não deixa nenhuma dúvida a respeito da indissolubilidade do matrimônio, como consta de Mt 19,3-9. Nesta disputa com os fariseus, acostumados a repudiar
facilmente as sua mulheres, Jesus lhes responde : “Não leste que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e disse: - Por isso deixa o homem pai e mãe e une-se com sua mulher e os dois formam uma só carne ?… Não separe, pois, o homem o que Deus uniu”. - Acrescentaram eles: - “Então, por que Moisés mandou dar-lhes libero de repúdio e despedi-la ? Respondeu-lhes Jesus : - “Por causa da dureza do vosso coração, permitiu-vos Moisés repudiar as vossas mulheres, mas no princípio não era assim”. - E agora, com a autoridade do divino Legislador, Jesus restabelece a ordem primitiva, declarando : “Ora, Eu vos digo : - Todo o que despedir a própria mulher, salvo de concubinato, ( e não adultério, como traduzia-se erradamente), e casar-se com outra, comete adultério; e quem casar-se com uma repudiada, comete adultério”.
Em I Cor 7,10-11 S. Paulo reafirma a indissolubilidade do matrimônio, escrevendo : “Aos casados mando ( não eu, mas o Senhor ) Que a mulher não se separe do marido. E se ela estiver separada, que fique sem casar, ou se reconcilie com seu marido. Igualmente o marido não repudie sua mulher”. Portanto, segundo as expressas declarações da Bíblia, não há mais lugar para o divórcio e novo casamento, entre os cristãos casados.
b ) Sacramento. Na carta aos Efésios ( Ef 5,25-33 ), S. Paulo recomenda aos maridos amarem suas esposas, “como Cristo amou sua Igreja e se entregou a si mesmo por ela, a fim de a santificar… para que seja santa e irrepreensível”, - e acrescenta : - “Esse mistério ( = sacramento ) é grande, quero dizer, com referência a Cristo e a Igreja “.
Por esse mistério ( sacramento ) o contrato natural do matrimônio, e a convivência cotidiana do casal cristão, representando e encarnando o amor fecundado de Cristo à sua Igreja, é elevado a uma nova dignidade e realidade transcendental, ou ao plano sacramental.
É verdade que nos primeiros séculos, nos tempos da perseguição, o sacramento do matrimônio não tinha ainda fórmulas prescritas, e era contraído no ambiente familiar ; mas a Igreja Católica nunca o entregou às autoridades civis do Estado, ( como fazem muitos “crentes”), e depois prescreveu em pormenores as exigências para sua válida celebração na Igreja.
c ) Mesmo que a Igreja Católica nunca aprove o divórcio, em alguns casos o Tribunal Eclesiástico do Matrimônio pode declarar a nulidade dum “matrimônio”, quando depois de séria investigação fica provado que, na celebração de tal “casamento” na igreja, faltaram condições essenciais para sua validade, exigidas pela lei da Igreja, ( idade, liberdade, etc. ). Isso não é concessão do divórcio, mas apenas uma declaração de que - apesar da cerimônia religiosa, - o tal “matrimônio” não era validamente contraído, isto é, nunca se realizou.
d ) Para todos os casados vale a exortação bíblica da carta aos Hebreus : ” Seja por todos honrado o matrimônio, e o leito conjugal sem mácula ; porque Deus julgará os fornicadores e os adúlteros” ( Hb 13,4 ).

http://blog.cancaonova.com/padreanderson/category/respostas-dogmaticas/
Posted by: Padre Anderson Tags: Indissolubilidade, Matrimonio

sábado, 20 de junho de 2009


Testemunho do Ex-Pastor Francisco Araújo (Vídeo)

O ex-pastor protestante, agora diácono católico Francisco Almeida Araújo, publicou o seu testemunho, em DVD, intitulado: "Nossa Senhora do Marrom Glacê".

Assista a dois pequenos trechos do testemunho em vídeo
http://www.cot.org.br/igreja/testemunhos-francisco-araujo.php

quarta-feira, 17 de junho de 2009


A PRESENÇA REAL DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO
NA EUCARISTIA SEGUNDO AS SAGRADAS ESCRITURAS


Vive-se nos dias atuais uma grande confusão no campo religioso. Todo dia proliferam, aqui e ali, uma grande quantidade de seitas. Já se catalogam no mundo todo perto de 20.000. Entre os erros ensinados por elas, um dos mais graves se referem à Eucaristia. A Santa Igreja Católica ensina claramente, que o pão e o vinho depois da consagração se tornam realmente o corpo e sangue de Jesus Cristo. Para as seitas, porém, a Eucaristia não contém esta presença maravilhosa. Mas, segundo afirmam eles, a Eucaristia (ou Santa Ceia como chamam) é apenas um "símbolo", uma "recordação", uma "lembrança" do corpo de Cristo. Não crêem, portanto, na presença real e verdadeira. E muitos católicos, infelizmente, por desconhecerem as Sagradas Escrituras e o poder de Deus, dão crédito a estas novidades. Eis aqui, apresentaremos, Se Deus nos permitir, de forma simples, os trechos bíblicos que ensinam sobre a presença real de Nosso Senhor Jesus Cristo nas espécies consagradas do pão e do vinho, ou seja, a Divina Eucaristia, sustentáculo e centro de nossa fé : Disse Jesus: "Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu hei de dar é a minha carne para a salvação do mundo" ( Jo 6,51 ). Jesus afirma neste trecho da Bíblia que Ele é o pão vivo, o pão da vida, um pão que vivifica ou seja que transforma. Também ensina que este "pão" desceu dos céus, porque ele mesmo desceu dos céus. Afirma claramente que este pão descido dos céus é a sua própria carne. E promete que esta carne, será dada (instituída) mais tarde em alimento, para a salvação do mundo. "Quem come minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele" (Jo 6, 56-57). Ao comungarmos o corpo e sangue de Nosso Senhor nós passamos a pertencer a Ele e Ele passa a habitar em nós. Portanto devemos nos alimentar literalmente do seu corpo e sangue para termos esta santa intimidade. "Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue verdadeiramente uma bebida" (Jo 6,55). Vejamos a clareza e a ênfase das palavras de Cristo: A sua carne é verdadeiramente uma comida. O seu sangue verdadeiramente uma bebida. Ele jamais diz: "a minha carne e o meu sangue são simbolicamente uma comida e bebida". Este é o ensino claro da Escritura Sagrada. Diante de afirmação tão clara, devemos com amor obedecer e aceitar plenamente o seu ensinamento. Os Judeus disseram: " Como pode este homem dar-nos de comer a sua carne? " (Jo 6,52). Assim Exclamaram admirados os que ouviam a pregação do Senhor Jesus. De fato, os Judeus não tiveram dúvida nenhuma: Jesus estava falando de forma absolutamente literal. Jesus estava afirmando sem meias palavras que ele daria o seu corpo físico, real e verdadeiro em alimento. E isto deixou os judeus muito admirados. Portanto, Jesus estava falando de forma muito clara e precisa, pois os que o ouviam entenderam muito bem o sentido de suas palavras. Os discípulos disseram: "Essa palavra é dura! Quem pode escutá-la?" (Jo 6,60). Os seus próprios discípulos ficaram aturdidos, e comentavam entre si: Esta palavra é dura! Quem pode escutar e crer em tudo isto? Portanto não apenas os Judeus mas também os discípulos compreenderam muito bem que o Divino Mestre estava falando de forma literal, ou seja que daria sua própria carne e sangue em alimento. Tal foi a impressão que este discurso provocou que "muitos discípulos voltaram atrás e não andavam mais com ele" (Jo 6,66 ). "É necessário que vos empenheis não para obter esse alimento perecível ( o pão comum ), mas o alimento que permanece para a vida eterna ( a Eucaristia ) o qual o filho do homem vos dará" ( Jo 6, 27 ). Mais importante que o pão de cada dia, para o sustento do corpo, é a Eucaristia, este "alimento" que torna-se sustento para a alma e permanece para a vida eterna. Se a Eucaristia fosse apenas um "símbolo", uma "lembrança" como querem as seitas, não se entenderia como ela poderia ser um alimento para a vida eterna. "Tomai e comei isto é o meu corpo (...) isto é o meu sangue" ( Mt 26, 26-28); "Isto é o meu corpo (...) isto é o meu sangue" (Mc 14,22-24) Na última Ceia, Cristo cumpre a sua promessa: institui a Eucaristia, seu corpo e sangue como um alimento verdadeiro e real. De forma alguma, em nenhum lugar Cristo diz: isto "simboliza" meu corpo ou isto "simboliza" meu sangue. Portanto se Jesus afirma: "Isto é o meu corpo" Quem ousaria desafiar o mestre e dizer: " Senhor, tu estás enganado, isto não pode ser o teu corpo ". Mas, não se admire o leitor, existem cristãos que ousam exatamente isto. " Isto é o meu corpo (...) este cálice é a nova aliança em meu sangue" (Lc 22,19-20); " Isto é o meu corpo (...), este cálice é a nova aliança no meu sangue" (I Cor 11, 24-25). A nova aliança, nós o sabemos, é o sangue derramado por Cristo na Cruz, uma vez para sempre.. Se houvesse apenas vinho naquele cálice da Santa Ceia, Jesus jamais poderia dizer: Este cálice é a nova aliança no meu sangue. Um cálice com vinho, é sempre um cálice com vinho. Um simples cálice com vinho não pode ser a nova e definitiva Aliança entre Deus e os homens. Mas se este cálice contém realmente o sangue do Senhor Jesus, então estamos diante da aliança entre Deus e o homem através do sangue redentor de Jesus Cristo. Portanto obrigatoriamente aquele cálice da última ceia continha o próprio sangue dele. "O cálice que tomamos não é a comunhão com o sangue de Cristo? O pão (...) não é a comunhão com o corpo de Cristo?" ( I Cor 10,16 ). O apóstolo Paulo ensinando a comunidade de Corinto afirma claramente a presença de Jesus sob as espécies de pão e vinho. Ele não diz: "O cálice que tomamos não nos "simboliza" o sangue de Cristo ?". Mas afirma com convicção: o cálice " é " a comunhão ( comum união ) com o sangue de Cristo. Eis a pregação apostólica. Eis a pregação bíblica. Eis a pregação católica. "Cada um, portanto, se examine antes de comer desse pão e beber deste cálice, pois aquele que come e bebe sem discernir o corpo do Senhor, come e bebe a própria condenação. Eis por que há entre vós tantos doentes e aleijados, e vários morreram" ( I Cor 11, 28-30 ). Vejamos a clareza do ensino do apóstolo: come indignamente da Eucaristia, aquele que não reconhece ( não discerne ) a presença real de Jesus Cristo sob as espécies de pão e vinho. E afirma mais: como conseqüência do pecado de não reconhecer o Corpo de Cristo na Eucaristia e comungar indignamente, muitos estão doentes e até mesmo morreram na comunidade de Corinto. Não se entenderia esta veemência e este santo temor do apóstolo sobre a dignidade da Eucaristia, se a mesma fosse apenas uma "lembrança", um "símbolo", uma "recordação" do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo. Em nenhum versículo de toda a Sagrada Escritura, a Eucaristia nos é apresentada como um "símbolo" do corpo de Cristo. Mas sempre como uma realidade verdadeira, palpitante, literal. Na Eucaristia, portanto, está presente realmente o próprio Cristo: corpo, sangue, alma e divindade. Esta é a verdadeira doutrina sobre a Eucaristia ensinada por Cristo e pelos apóstolos. Esta é a verdadeira doutrina sobre a Eucaristia pregada interruptamente há vinte séculos, pela Igreja fundada por Ele sobre o apóstolo São Pedro. " Se não comerdes a carne do filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós"(Jo 6,53). Eis a advertência mais séria do Senhor Jesus: A vida eterna está condicionada e intimamente relacionada em comer e beber esta presença de Jesus Cristo Eucarístico. Estejamos portanto bem atentos: se rejeitarmos o pão da vida, não teremos a vida. Se rejeitarmos a Eucaristia, rejeitamos à Jesus. LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO E SUA SANTÍSSIMA MÃE


Udson e Debora
29 de Novembro, 550
87260.000 Araruna Pr

Católico pode casar com protestante?

Esta pergunta se torna cada vez mais comum porque muitos jovens católicos estão namorando com outros que são protestantes.
Se ambos foram batizados (mesmo que na comunidade protestante), o sacramento do matrimônio pode ser celebrado na Igreja Católica, desde que os cônjuges aceitem certas condições. Mas a Igreja não deixa de lembrar que há dificuldades a serem superadas. Sabemos que o casamento se funda na expressão “sereis uma só carne” (Gen 2, 23), e que, portanto, a diferença de religiões dificulta esta união plena.
Antes de tudo a Igreja coloca as condições para a liceidade e validade de um matrimonio:
Cân. 1108 § 1. “Somente são válidos os matrimônios contraídos perante o Ordinário local ou o pároco, ou um sacerdote ou diácono delegado por qualquer um dos dois como assistente, e além disso perante duas testemunhas, de acordo porém com as normas estabelecidas nos cânones seguintes, e salvas as exceções contidas nos cânn. 144, 1112, § 1, 1116 e 1127, §§ 2-3.”
§ 2. Considera-se assistente do matrimônio somente aquele que, estando presente, solicita a manifestação do consentimento dos contraentes, e a recebe em nome da Igreja.
Cân. 1086 § 1. “É inválido o matrimônio entre duas pessoas, uma das quais tenha sido batizada na Igreja católica ou nela recebida e que não a tenha abandonado por um ato formal, e a outra que não é batizada.”
O Catecismo da Igreja diz:
§1634 – “A diferença de confissão entre cônjuges não constitui obstáculo insuperável para o casamento, desde que consigam colocar em comum o que cada um deles recebeu na sua comunidade, e aprender um do outro o modo de viver sua fidelidade a Cristo. Mas nem por isso devem ser subestimadas as dificuldades dos casamentos mistos. Elas se devem ao fato de que a separação dos cristãos é uma questão ainda não resolvida. Os esposos correm o risco de sentir o drama da desunião dos cristãos no seio do próprio lar. A disparidade de culto pode agravar mais ainda essas dificuldades. As divergências concernentes à fé, à própria concepção do casamento, como também mentalidades religiosas diferentes, podem constituir uma fonte de tensões no casamento, principalmente no que tange à educação dos filhos. Uma tentação pode então apresentar-se: a indiferença religiosa.”
Para que um casamento misto seja válido e legítimo tem que haver a permissão da autoridade da Igreja, o bispo, como diz o Código de Direito Canônico no cânon 1124. O cânon 1125 diz: ”O Ordinário local pode conceder essa licença, se houver causa justa e razoável; não a conceda, porém, se não se verificarem as condições seguintes:
1°- a parte católica declare estar preparada para afastar os perigos de defecção da fé, e prometa sinceramente fazer todo o possível a fim de que toda a prole seja batizada e educada na Igreja católica;
2°- informe-se, tempestivamente, desses compromissos da parte católica à outra parte, de tal modo que conste estar esta verdadeiramente consciente do compromisso e da obrigação da parte católica; 3°- ambas as partes sejam instruídas a respeito dos fins e propriedades essenciais do matrimônio, que nenhum dos contraentes pode excluir.”
O cânon. 1126 orienta que: “Compete à Conferência dos Bispos estabelecer o modo segundo o qual devem ser feitas essas declarações e compromissos, que são sempre exigidos, como também determinar como deve constar no foro externo e como a parte não-católica deve ser informada.”
Não devem ser feitas outras celebrações ecumênicas após a celebração do matrimônio; diz o Código, no cânon 1127:
§ 3. “Antes ou depois da celebração realizada de acordo com o § 1, proíbe-se outra celebração religiosa desse matrimônio para prestar ou renovar o consentimento matrimonial; do mesmo modo, não se faça uma celebração religiosa em que o assistente católico e o ministro não-católico, executando simultaneamente cada qual o próprio rito, solicitam o consentimento das partes.”
Portanto, é possível um católico se casar na Igreja católico com uma pessoa protestante, desde que esta seja batizada validamente, e aceite as condições explicadas acima. No entanto, é bom lembrar aos jovens que não é fácil conciliar tudo isso. No calor da paixão inicial do relacionamento isso pode parecer fácil de superar, no entanto, com o passar dos anos, o nascer dos filhos, etc., as dificuldades podem aumentar. O recomendado pela Igreja é que o fiel católico se casa com alguém de sua mesma fé.

Prof. Felipe Aquino – www.cleofas.com.br

domingo, 14 de junho de 2009


As provas científicas das falhas da camisinha
Não existe o tal “sexo seguro”. Infelizmente, até as autoridades públicas enganam os jovens perigosa e irresponsavelmente. Veja as provas científicas claríssimas que mostram que a camisinha não previne 100% o contágio da AIDS.

1 – Do Lexicon (Dicionário) do Vaticano sobre termos ambíguos:
Há muitos estudos publicados que fazem surgir dúvidas fundamentadas em respeito à segurança do uso do preservativo. Jacques Suaudeau, doutor em Medicina, que seguiu de perto o debate e problema da AIDS na África, tem um importante artigo em no “Lexicon” cheio de anotações bibliográficas acerca do tema.
Um relatório de grupos que representam 10.000 médicos acusam o «Centre for Disease Control» (CDC) nos Estados Unidos de ocultar a pesquisa do próprio governo, a qual mostrava a «ineficácia dos preservativos para prevenir a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis». Este informe do «Catholic Family and Human Rights Insitut» (um grupo em Nova York que controla os temas da ONU em relação à família e à vida) manifesta além disso que a rejeição do CDC de reconhecer este fato «contribuiu para a epidemia de doenças sexualmente transmissíveis».

2 – FDA – Food and Drugs Administration – Comité que aprova remédios e alimentos para serem consumidos nos EUA
Segundo o Departamento de Saúde e Serviços Humanos do Centro para Dispositivos e Saúde Radiológica, (Center for Devices and Radiological Health) pertencente ao FDA, órgão do governo americano que regula medicamentos, conforme publicado em seu folheto informativo "Condoms and Sexually Trasmitted Diseases ... specially AIDS" que pode ser encontrado em http://www.fda.gov/cdrh/consumer/condom-brochure.pdf diz o seguinte:
”A maneira mais segura de evitar estas doenças (sexualmente transmissíveis) é não praticar o sexo (abstinência). Outra maneira é limitar o sexo a somente um parceiro que também se compromete a fazer o mesmo (monogamia). As camisinhas não são 100% seguras, mas se usadas devidamente, irão reduzir o risco de doenças sexualmente transmissíveis, inclusive AIDS.

3 – Outros pesquisadores
A revista Seleções (dezembro de 1991, pg. 31-33), trouxe um artigo do Dr. Robert C. Noble, condensado de “Newsweek” de Nova Iorque (1/4/91), que mostra como é ilusória a crença no tal “sexo seguro” com a camisinha.
A pesquisadora Dra. Susan C. Weller, no artigo A Meta-Analysis of Condom Effectiveness in Reducing Sexually Transmitted HIV, publicado na revista Social Science and Medicine, (1993, vol. 36, issue 12, pp. 1635-1644), afirma:
“Presta desserviço à população quem estimula a crença de que o condom (camisinha) evitará a transmissão sexual do HIV. O condom não elimina o risco da transmissão sexual; na verdade só pode diminuir um tanto o risco”.
“As pesquisas indicam que o condom é 87% eficiente na prevenção da gravidez. Quanto aos estudos da transmissão do HIV, indicam que o condom diminui o risco de infecção pelo HIV aproximadamente em 69%, o que é bem menos do que o que normalmente se supõe” (PR, nº 409/1996, pp. 267-2274).
Isto significa que, em média, três relações sexuais com camisinha têm o risco equivalente a uma relação sem a camisinha. Convenhamos que é um alto risco, já que a AIDS não tem cura. É como uma “roleta russa”.
Pesquisas realizadas pelo Dr. Richard Smith, um especialista americano na transmissão da AIDS, apresenta seis grandes falhas do preservativo, entre as quais a deterioração do látex devido às condições de transporte e embalagem. Afirma o Dr. Richard que:
“O tamanho do vírus HIV da AIDS é 450 vezes menor que o espermatozóide. Estes pequenos vírus podem passar entre os poros do látex tão facilmente em um bom preservativo como em um defeituoso” (Richard Smith, The Condom: Is it really safe saxe?, Public Education Commitee, Seattle, EUA, junho de 1991, p. 1-3).
O Dr. Leopoldo Salmaso, médico epidemiologista no Hospital de Pádua, na Itália, afirma que: “O preservativo pode retardar o contágio, mas não acabar com ele” (idem).
A Rubler Chemistry Technology, Washington, D.C., junho de 1992, afirma que :
“Todos os preservativos têm poros 50 a 500 vezes maiores que o vírus da AIDS”.

4 – Do site www.vidahumana.org
1) Percentagem de falha da “camisinha” para evitar a gravidez:
a) 9.8 a18.5%: Harlap et al. “Preventig Pregnancy, Protecting Health” ,Alan Guttmacher Institute, 1991, p.35.
b) 14 a 16%: Jones
Forrest. “Contraceptive Failure in the United States” Family Planning Perspectives 21(3): 103-109. 1989.
c) 12%: U.S. Dept. HHS. “Your Contraceptive Choices For Now, For later”, Family Life Information Exchange, Bethesda, MD.
d) 18.4%: Mulher menor de 18 anos no primeiro ano de uso do preservativo. Grady et al. “Contraceptive Failure in the U.S.” Family Plannig Perspectives 18(5): 204-207. 1986.
e) 10 a 20%: McCoy
Wibblesman. “The New Teenage Body Book”. The Body Press, Los Angeles, 1987, p.210.
f) 10%: Seligman
Gesnell. “A Warning to Women on AIDS” Newsweek, 31 de agosto, 1987, p.12.
g) 3 a15%: Kolata. “Birth Control” New York Times Health, 12 de janeiro, 1989.
Se se considera que a mulher é fértil de 6 a 10 dias por ciclo, a percentagem de falha é de 21 a 36%.

2) Índice de falha do preservativo em homossexuais:
a) 26%: 11% se rompe, 15% se solta. “Wegersna
Oud.”, “Safety and Acceptability of Condoms for Use by Homosexual Man as a Prophylactic Against Transmission of HIV During Anogenital Sexual Intercourse”. British Medical Journal. 11 de julio, 1987, p.94.
b) 30%: Pollner. “Experts Hedge on Condom Value”, Medical World News, 28 de agosto, 1988, p.60.

3) Percentagem de falha do preservativo em usuários habituais:
a) 10%: 1/10 esposas de portadores de HIV que reportam o uso habitual do preservativo ficaram infectadas. Fischl. “Evaluation of Heterosexual Partners, Children and Household Contacts of Adults with AIDS”, “Journal of the American Medical Association”, 257: 640-644, 1987.
b) 17%: Goerdent. “What Is Safe Sex?” New England Journal of Medicine, 316 (21): 1339-1342, 1987.

4) Impacto da estratégia nos adolescentes, segundo “Olsen
Weed”, “Instituto de Pesquisa e Avaliação”, Salt Lake City, EUA:
a) Aumento de 50 a 120 gravidezes/1000 atendidas em programas de “Educacion anticonceptiva” aumenta a freqüência de sexo em adolescentes.
b) Em 14 anos: aumento de 1.5%. Em nenhuma clínica se obteve menores índices de gravidez.

5) Percentagem de mulheres menores de 18 anos que ficaram grávidas durante o primeiro ano de uso de anticonceptivos, segundo o método:
a) Pílula 11,0%; DIU 10,5%; Preservativo 18,4%; Espermicidas 34,0%; Diafragma 31,6% (Grady. “Contraceptive Failure in the U.S.”, “Family Planning Perspectives”, 28(5): 207, 1986).
Os adolescentes são os piores usuários do preservativo: 83% dos adolescentes entre os 14 e 15 anos informam que sua primeira experiência sexual foi inesperada.
b) Usuários ocasionais: 21% porque foi inesperado, 39% “não tiveram tempo”, ou não quiseram usar. (Harris. Conduzido por IPPF, 1986).
Aumento de casos de infecção pela AIDS:
e a ‘camisinha’ falha para prevenir a AIDS em 10% e se expõem ao perigo 100.000 adolescentes temos 10.000 infectados. Se a propaganda para o uso do preservativo aumenta o índice de atividade sexual em 15%, se exporão ao perigo 115.000 adolescentes: 11.500 infectados.
O presidente da Cruz Vermelha Mexicana, José Barroso Chávez, reabriu o debate no país sobre a eficácia dos preservativos na luta contra a Aids, reconhecendo que não são 100% seguros contra o vírus. Barroso criticou a campanha do governo lançada para combater a doença a partir da distribuição de preservativos. Barroso Chávez explicou que vários estudos científicos em nível internacional provam que em 40% dos casos, os preservativos falham, tornando-se, assim, um método ineficiente para evitar o contágio do vírus HIV e argumentou que todas as campanhas de prevenção da doença deveriam proclamar “a verdade completa e não a mentira” (Cidade do México, 11 fev 1998 - SN)
O descobridor do HIV, Luc Montagnier, disse como deveriam ser as campanhas contra a AIDS: “são necessárias campanhas contra práticas sexuais contrárias à natureza biológica do homem. E, sobretudo, há que educar a juventude contra o risco da promiscuidade e o vagabundeio sexual”. (Luc Montagnier. “AIDS Natureza do Vírus”, em Atas da IV Reunião Internacional da AIDS, 1989, p.52.)
“A Food and Drug Administration (FDA) estudou 430 marcas com 102.000 preservativos; 165 fabricadas nos EUA com 38.000 preservativos e 265 marcas estrangeiras com 64.000 preservativos. O resultado da pesquisa verificou que 12% das marcas de estadunidenses e 21% das estrangeiras não tinha um nível suficiente de qualidade”. “Aceitando essa taxa de defeitos, a probabilidade de falha no caso do preservativo seria de 20,8% anual se mantivessem relações uma vez por semana e de 41,6% se fossem duas vezes por semana”.
“Em 1992 o Dr. Ronald F. Carey, pesquisador da FDA, introduziu microesferas de poliestireno do diâmetro do HIV em preservativos que tinham superado positivamente o teste da FDA e os submeteu a variações de pressão similares às que se produzem numa relação sexual: um terço deles perdeu entre 0,4 e 1,6 nanolitros. Numa relação sexual de dois minutos, com um preservativo que perde um nanolitro por segundo, passariam 12.000 vírus de HIV”. Como se observa, a porosidade do látex pode permitir a passagem de milhares de vírus da AIDS, com toda a sua carga mortífera, apenas numa breve relação. Este vírus é 450 vezes menor que o espermatozóide.
O Dr. Ronald F. Carey, pôs a prova 89 preservativos em uma máquina simuladora da relação sexual, e encontrou que pelo menos 29 deixaram passar partículas do tamanho do vírus da AIDS. A falha foi de 33% (Ronald F. Carey, William A. Herman, Stephen M. Retta, Jean E. Rinaldi, Bruce A. Herman e T. Whit; Eficácia dos Preservativos de Látex corno Barreira a Partículas do Tamanho de Athey – A um Vírus da Imunodeficiência Humana sob condições de Uso Simulado - Doenças Sexualmente transmissíveis, julho-agosto, 1992, pp. 230-234).
O Centro de Controle de Doenças de Atlanta (EEUU), o que mais informações possuem na luta contra AIDS, reconhece que “o uso apropriado dos preservativos em cada ato sexual pode reduzir, mas não eliminar, o risco de doenças de transmissão sexual” e acrescenta: “a abstinência e a relação sexual com um parceiro(a) mutuamente fiel e não infectado (a) são as únicas estratégias preventivas totalmente eficazes”. Nestes mesmos termos, a OMS, paradoxalmente, em algum momento já afirmou que “só a abstinência ou a fidelidade recíproca perdurável entre os parceiros sexuais não infectados, elimina completamente o risco de infecção do vírus HIV”.
The Wall Street Journal, em 14 de outubro 2006, declarou que que 25% dos doentes de AIDS no mundo são atendidos por instituições católicas. E, igualmente, afirmou que os estudos científicos – um deles a cargo do Serviço de Saúde dos Estados Unidos e outro à responsabilidade da Universidade de Harvard – coincidiam em alertar sobre os decepcionantes resultados da prevenção da AIDS baseados no preservativo.
Menciona-se o caso de Uganda que em 1991 contava com uma taxa de infecção de 20%, enquanto que no ano de 2002 tinha descido aos 6%, em virtude de uma política sanitária centrada na fidelidade e na abstinência, não no preservativo, (à diferença de Botsuana e Zimbábue que ainda ocupam os primeiros lugares nos contágios) .
Com base nesses dados o Presidente Bush disse aos participantes do Encontro Internacional sobre Abstinência em Miami 26-28 de julho de 2001: “A abstinência é a única maneira eficaz e infalível de eliminar o risco de infecção por HIV, doença de transmissão sexual e gravidez indesejada. A abstinência não somente quer dizer não, implica em dizer sim a um futuro mais saudável e feliz. A abstinência é 100% segura, 100% eficaz e em 100% do tempo”.
Segundo informe das Nações Unidas, publicado no dia 23 de junho de 2002, o esforço massivo da ONU para prover o mundo de preservativos, com o intento de frear a expansão do HIV/AIDS, fracassou. Depois de exaustiva análise dos dados dos países em desenvolvimento em todo o mundo, a Divisão de População do Departamento da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais chegou a conclusão de que a disponibilidade atual dos preservativos não alterou significativamente a conduta sexual. (Nova York, 28 de junho de 2002 (ZENIT.org).
O Dr. William Blattner, Diretor do Departamento de Epidemiologia Viral de Bethesda, E.E.U.U.; na Reunião Internacional em Roma, em 13-15/X/1989, disse: “Favorecer o uso de preservativos se revelaria um erro, porque só aumenta os comportamentos arriscados, exatamente como por seringas a disposição dos toxicodependentes”.
Da mesma forma o Dr. Aquilino Polaino, catedrático de Psiquiatria, em Ver. Palabra, Madrid, IV/90, p. 33, afirma: “Tenho tratado a muitos pacientes que padecem de AIDS, que haviam utilizado preservativos. Provavelmente, se não os tivessem usado não teriam essas relações sexuais e agora não teriam AIDS”.
Vale lembrar que os poros da camisinha são de 50 a 500 vezes maiores que o vírus da AIDS. (Rubber Chemistry
Technology, Washington, D.C., junho de 1992): O vírus passa por esses poros com tanta facilidade como passaria um gato pela porta de uma garagem. Quando enchemos um balão e depois de poucos dias ele já está bem vazio, não é porque foi mal amarrado e sim porque o látex tem poros por onde passam as moléculas de ar.
A Dra. Susan C. Weller, da Escola Médica de Galveston, Universidade do Texas, depois de 11 estudos sobre a efetividade do preservativo, encontrou uma falha de 31 % na proteção contra a transmissão da AIDS. Diz ela: “Estes resultados indicam que os usuários do preservativo terão cerca de um terço de chance de se infectar em relação aos indivíduos praticando sexo ‘desprotegido’... O público em geral não pode entender a diferença entre ‘os preservativos podem reduzir o risco de que “os preservativos impedirão” a transmissão do HIV. Presta desserviço à população quem estimula a crença de que a camisinha evitará a transmissão sexual do HIV. A camisinha não elimina o risco da transmissão sexual; na verdade só pode diminuir um tanto o risco.” (Susan C. Weller, “A Meta-analysis of Condom Effectiveness in Reducing Sexually Transmitted IUV” Soc Sci Med 36:12 - 1993, pp. 16351644).
Outros estudos mostraram as mesmas falhas:
K. Abril e W. Schreiner e colaboradores indicaram uma percentagem de 8% falhas no uso dos preservativos. (“Quale é il grado effetivo di protezione dalé HIV Del profilattico?” In Medicina e Morale, 44 (1994) 5, 903-904). “Differences in HIV Spread in four sub-Saharar African Cities”, UNAIDS, Lusaka, 13 setembre 1999.
L. M. Wen - C. S. Estcourt - 3. M. Simpson - A Mindel, “Risk Factors for the Acquisition of Genital Warts: Are Condoms Protective?” in Sexually Transmitted Infections 75(1999)5, 312316. Scientific Evidence of Codom Effectiveness for Sexually Transmited Desease (STD) Prevention, 12-13 de junho 2000, Hyatt Dulles Airport Herndom, Virginia, Summary Report, National Institute of Alergy and Infections Deseases, National Institutes of Heaith, 20 de julho, de 2001, http://www.niaid.nih.gov/dmid/stds/ condomreprot.pdf
A. Mitchei - A. Smidt. “Safe Sex Messages for Adolescents. Do They Work” in Australian Family Physician 29(2000)1, 31-34. “Evaluating Safe Sex Efforts”, in JAMA 286(2001)2, 159. Segundo K. R. Davis e S. C. Weller a percentagem de falha é de 13%. “The effectiviness of Condoms in Reducing Heterossexually Transmission of HIV. In Fan Plan Perspectives”. 31(1999) 6, 272-279.
J. Mann - T.C. Quinn P. Piot - N. Bosenge Nzilambi - M. Kalala H. Francis - R.L. Colebunders - R. Byers. Kma Azila - N. Kabeya J.W Curran, “Condom Use and HIV Infection among Prostitutes in Zaire”, in NEJM 316(1987)6, 325; N. Nzila - M. Laga - M.A. Thiam - K. Mayimona - B. Edidi - E. Van Dyck - F. Behets - S. Hassig A. Nelson - K. Mokwa - R.L. Ashley - P. Piot - R.W. Ryder, “HIV and Other Sexually Transmitted Diseases among Female Prostitutes in Kinshasa”, in AIDS 5(1991)6, 715-721. A. Johnson, “Feedback from the Six International AIDS Conference, San Francisco 1990”, in Genitourinary Medicine 67(1991)2, 162-171, in particolare 162-163; M. Laga - M. Alary - N. Nzila - A.T. Manoka - M. Tuliza - F. Behets - J. Goemm - M . STLouis - P. Piot, “Condom Promotion, Sexually Transmitted Diseases Treatment, and Declining Incidence of HIV-1 Infection in Female Zairian Sex Workers”, in Lancet 344(1994)8917, 246-248; E.N. Ngugi - J.N. Simonsen – M. Bosire - A.R. Ronald - F.A. Plummer D.W Cameron - P. Waiyaki - J.O. Ndinya-Achola, “Prevention of Transmission of Human Immunodericiency Virus in Africa: “Effectiveness of Condom Promotion and Health Education among Prostitutes”, in Lancet 2(1988)8616, 887-890.
R.S. Hannenberg- W Rojanapithayakorn - P. Kunasol - D.C. Sokal., “Impact of Thailand´s HIV Control Programme as Indicated by the Decline of Sexually Transmitted Diseases”, in Lancet 344 (1994) 8917.
Data Publicação: 08/03/2007
http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?doc=FAMILIA&id=fam0002

Bioética: 18 perguntas e respostas
ENTREVISTA SOBRE O INÍCIO DA VIDA

Para esclarecer algumas questões fundamentais sobre o início da vida humana entrevistamos o coordenador da Pós-graduação em Bioética da PUC-Rio, Prof. André Marcelo M. Soares, que é filósofo e doutor em Teologia com pós-doutorado em Bioética. Além disso, é membro do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Instituto Nacional de Câncer (INCA), membro da Comissão de Bioética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e membro da Equipe de Apoio da Seção Vida do Consejo Episcopal Latinoamericano (CELAM).

1. Por que a vida humana deve ser respeitada sempre?
R.: Ao falar de vida humana, não estamos apontando simplesmente para a constituição de sua identidade genética, distinta de qualquer outro ser. O que torna a vida humana diferente da vida dos demais seres vivos é o fato dela poder ser definida não só por sua dimensão biológica, mas também por sua dimensão espiritual. Essa dimensão se concretiza naquilo que chamamos de pessoa, que tem um sentido que ultrapassa todas as esferas fisiológicas. Por pessoa humana entendemos a vida desde sua origem. Pois, desde a concepção, a vida humana possui todas as potencialidades para se desenvolver no ser humano que estamos acostumados a ver em nós e nos outros que convivem conosco no dia a dia. Aquele ser que acabou de ser gerado não é uma vida em potencial, mas uma vida humana com potencialidades, tanto fisiológicas quanto espirituais. É verdade que somos seres biológicos, mas não seríamos humanos se não possuíssemos uma dimensão reflexiva, social, cultural, política e espiritual. Afinal, a vida humana não pode ser reduzida a um conjunto de células, pois o que somos hoje se deve ao que ocorreu no dia em que fomos concebidos.

2. O que é um embrião humano?
R.: Trata-se do indivíduo que se forma após a concepção, ou seja, no momento da fusão entre as células reprodutivas masculina (espermatozóide) e feminina (óvulo). O embrião passa por alguns estágios de desenvolvimento. O primeiro deles chamamos de zigoto, célula que se forma depois da fusão entre o espermatozóide e o óvulo. A seguir, inicia-se uma lenta viagem da Trompa de Falloppio para o útero. Neste momento, começa a ocorrer no zigoto uma divisão celular, fazendo surgir, depois das 30 horas da fecundação, dois blastômeros (duas células). Entre 40 e 50 horas, já são quatro blastômeros e por volta das 60 horas já são oito. Durante a viagem até o útero, o ovo (célula resultante da fusão entre espermatozóide e óvulo) passa de 12 para 32 células, estágio chamado de mórula (massa esférica cheia de células parecida com uma amora) e no quinto dia, agora no estágio de blastocisto, se fixa na parede do útero (processo conhecido por nidação), onde passa a se desenvolver até o nascimento.

3. O que é um feto humano?
R.: É o último estágio de desenvolvimento embrionário e é alcançado na oitava semana de gestação até a ocasião do nascimento.

4. O embrião ou feto humano pode ser sacrificado para beneficiar um outro ser humano?
R.: Não. Pois não há como afirmar, de modo absoluto, que “há mais vida humana” em um adulto ou em todo aquele já nascido, do que em um embrião ou feto. A dignidade que a vida humana possui em seu estágio adulto é a mesma em seu período de vida intra-uterina. Sendo assim, uma vida não pode ser utilizada como um mero instrumento de reposição para beneficiar outra. Destruir a vida de um embrião ou feto é destruir a vida de um semelhante. Não podemos afirmar que o embrião ou o feto não é um de nós. É preciso não confundir o valor da vida com o valor que cada um dá a sua própria vida. Embora muitos não valorizem a vida humana, o fato é que seu valor independe do modo de vida que cada indivíduo escolheu para si.

5. Fala-se em “interromper a gravidez”. É o mesmo que aborto?
R.: A palavra aborto vem do latim (aborior) e significa morrer antes do nascimento. O aborto pode ser espontâneo ou provocado. No primeiro caso não é desejada pela mãe a interrupção da gravidez. Este tipo de aborto pode ser causado por uma série de distúrbios próprios do organismo da mãe ou do desenvolvimento do embrião. Já no segundo caso, o do aborto provocado, ocorre quando há um desejo da mãe de não levar adiante a gravidez. Neste caso, ela recorre a alguma técnica cirúrgica (aspiração, embriotomia etc) ou farmacológica (pílula do dia seguinte, pílula RU486 etc) para interromper a evolução embrionária. Desta forma, podemos dizer que a interrupção da gravidez sempre decorre de um aborto, espontâneo ou não.

6. Que são células-tronco? Para que servem?
R.: Células-tronco são células indiferenciadas, ou seja, aquelas que por estarem presentes no embrião desde a sua primeiríssima fase, até seu estágio de mórula, ainda não receberam uma função específica para ser desempenhada no organismo. Estas células são como um “tronco”, do qual vão sendo originadas todas as células especializadas (hemácias, leucócitos, neurônios etc) e, portanto, diferenciadas. Neste sentido, toda linhagem celular e tecidos são originados pelas células-tronco. Elas são as responsáveis pelo desenvolvimento de todo o organismo. Atualmente, alguns cientistas desejam utilizar as células-tronco para salvar vidas. O problema moral está no fato de que para isto ocorrer será necessário interromper a gravidez e eliminar o embrião.

7. Distinguem-se células-tronco embrionárias das células-tronco adultas. Em que consiste a diferença?
R.: As células-tronco embrionárias (aquelas que se encontram no organismo desde a primeira fase do desenvolvimento do embrião) são consideradas totipotentes, porque juntas ou separadas têm um potencial para produzirem todo o desenvolvimento do organismo. Todavia, nas fases que sucederão a formação da mórula, as células vão se diferenciando e passam a ter potencialidades bem distintas, assumindo funções especializadas no organismo. Deste modo, elas perdem sua condição de totipotência e passam a ser pluripotentes. As células-tronco pluripotentes são as responsáveis pela formação dos tecidos presentes no organismo adulto, mas isoladas jamais podem dar origem ao organismo todo, o que só ocorre na qualidade de totipotência. O período de pluripotência é limitado. Pois do oitavo ao décimo quarto dia, vão se formando três camadas celulares (endoderma, ectoderma e mesoderma). Destas camadas são originados os tecidos, os órgãos internos, os órgãos externos e as células reprodutivas. Nesta fase, as células-tronco passam a ser multipotentes, ou seja, sua função dentro da formação do organismo já está determinada. As chamadas células-tronco adultas são multipotentes, podendo dar origem ao tecido celular onde residem. Em algumas regiões do organismo (medula óssea, placenta e sangue do cordão umbilical, por exemplo) é possível encontrar células-tronco especializadas com um bom potencial de adaptabilidade. Com a aplicação da técnica adequada, estas células podem servir na regeneração de tecidos celulares distintos. Este procedimento é eticamente aceitável, porque nele não se faz necessário à interrupção da gravidez e a morte do embrião.

8. Em termos de utilidade para a biomedicina e o bem estar das pessoas, há diferenças significativas entre elas?
R.: As células-tronco embrionárias, por serem totipotentes, têm uma capacidade ilimitada de se tornarem qualquer tecido. Por outro lado, elas podem apresentar sérios problemas de compatibilidade. Já as células-tronco adultas estão presentes no organismo em pequena quantidade e nem sempre se proliferam in vitro, porém não apresentam as complicações decorrentes da rejeição, pelo fato de serem retiradas de um indivíduo para serem utilizadas nele próprio. Além disso, não há diferenças significativas entre elas para o uso terapêutico. A única diferença se dá no território da ética.

9. Por que se diz que é inaceitável a manipulação das células-tronco embrionárias, enquanto se aceita o uso das células-tronco adultas?
R.: Todo o problema moral em torno do uso das células-tronco embrionárias (totipotentes) está no fato de que para sua obtenção é necessário que se interrompa o desenvolvimento do embrião, causando, assim, um aborto. Já as células-tronco adultas podem ser retiradas do ser humano sem a necessidade de destruir o embrião.

10. Quais as conseqüências do uso de embriões humanos para o futuro da humanidade?
R.: É uma falácia acreditar que sem o uso de embriões não será possível avançar na descoberta da cura de doenças. É preciso observar que conseguimos alcançar, até este ponto da evolução científica e tecnológica, a solução para diversos males, sem nunca ter necessitado utilizar embriões. Até hoje não se sabe, ao certo, o que decorre da utilização de células-tronco embrionárias num ser humano. Pesquisas realizadas em animais apresentaram, após o tratamento com células-tronco embrionárias, o aparecimento de tumores e a formação de verdadeiras aberrações. O uso de embriões pode trazer, contrariamente do que tem sido afirmado levianamente na mídia, uma série de prejuízos no campo da saúde e da moral. Os defensores do uso de embriões partem sempre de premissas relativistas e utilitaristas. A vida começa na fecundação. Isso é evidente e não é relativo. Interromper o desenvolvimento de um embrião é interromper uma vida em formação. Isso é evidente e não é relativo. Usar embriões para fins aparentemente beneficentes é uma violação da dignidade humana. Afinal ninguém, de bom senso, mata um bebê para lhe tirar o fígado ou coração como propósito de salvar outra vida. Quem possui este bom senso sabe também que o bebê está em desenvolvimento, tanto quanto um embrião e é tão vivo quanto um embrião. Isso é evidente e não é relativo.

11. É ético congelar embriões?
R.: Não. Poderíamos responder a esta pergunta com uma outra: é ético congelar uma pessoa de 20 anos de idade? A resposta desta pergunta já nos orienta para uma compreensão do embrião como vida humana, que deve seguir seu curso normal e ser respeitada desde o seu início. O embrião congelado representa, no universo do desejo de maternidade ou paternidade, somente uma possibilidade. Quando este desejo se realiza, o embrião que restou já não tem mais valor, literalmente se tornou desnecessário. É evidente que os desejos de maternidade e paternidade devem ser respeitados, mas a vida é um valor bem maior do que qualquer desejo, seja ele qual for.

12. Qual é o resultado atual do uso de células-tronco adultas para a recuperação de órgãos e outras aplicações?
R.: No Brasil já são comprovados os bons resultados obtidos com o uso de células-tronco adultas no tecido cardíaco. Em várias regiões do país, pesquisadores tentam ampliar o campo de aplicação das células-tronco adultas. Também no exterior, muitas são as pesquisas e as publicações científicas que apresentam resultados consideráveis.

13. Qual é a situação dos bebês anencéfalos? Têm morte cerebral?
R.: A expressão anencefalia (ausência do encéfalo) não parece muito adequada. O mais apropriado é o termo meroanencefalia (ausência de uma parte do encéfalo). Isto se justifica porque, sendo o encéfalo um termo muito complexo, falar de sua ausência total pode indicar uma imprecisão. A anencefalia, assim chamada comumente, é um mal congênito, isto é, ocorrido durante o desenvolvimento embrionário. As causas podem ser variadas, como a ausência de ácido fólico no organismo materno. Os anencéfalos podem viver horas e até dias. Dependendo do grau de anencefalia, estes bebês podem ter alguns movimentos, além de respirar. De modo geral, possuem alguma atividade tronco-encefálica e, justamente por este motivo, não podemos dizer que houve aí morte cerebral. No caso de morte cerebral, o cérebro não dá mais comandos para o resto do corpo e respiração é mantida mecanicamente.

14. A gravidez de um anencéfalo põe em risco a vida da mãe?
R.: É preciso, antes de tudo, considerar que qualquer gravidez envolve riscos. Desta regra não escapa a gravidez de anencéfalos. Em outras palavras, os riscos para uma gravidez de anencéfalo são os mesmos para uma gravidez comum. É preciso levar em conta também que a proporção de anencéfalos nascidos é bem menor do que a dos demais bebês. Vale dizer também que não se observa no número de mulheres que morrem durante a gravidez ou no parto o fato de estarem todas grávidas de anencéfalo. 15. O sofrimento de uma mãe neste estado justifica o abortamento do bebê? A vida e o sofrimento dele não conta? R.: Apesar de o sofrimento ser muito grande para uma mulher grávida de um bebê anencéfalo, o abortamento não se justifica. Trata-se, antes de tudo, de uma vida humana. O anencéfalo não terá a mesma qualidade de vida que um bebê normal, mas isto não significa que não tenha a mesma dignidade. Muitos confundem dignidade com viabilidade. A dignidade não está vinculada a um órgão específico. Pela ausência de uma parte do encéfalo o bebê não será um ser humano como os demais, mas será um ser humano e, justamente por isso, terá de ser respeitado até o fim. A deficiência de um ser humano não o torna menos digno, mesmo quando esta deficiência é uma meroanencefalia. Os que defendem o aborto para diminuir o sofrimento do anencéfalo são os mesmos que, curiosamente, definem a anencefalia como morte cerebral. Bom, se há morte cerebral não há sofrimento. Por outro lado, se há sofrimento é porque está vivo. A vida de um anencéfalo é curta e durante seu curso tudo será feito para que não haja nenhum sofrimento, o que ocorre com qualquer outro tipo de paciente. O sofrimento é objeto do cuidado médico. A Medicina não existe para matar pessoas que sofrem, mas para lhes dar o alívio da dor e, dentro de suas reais possibilidades, a cura.

16. Quais as implicações psicológicas para a mãe que interrompe a gravidez de um bebê anencéfalo?
R.: Ao levar a gravidez de um anencéfalo até o fim, a mulher sofre muito. Mas é igualmente verdade que o sofrimento não é menor quando se apela para o aborto. Em todos os casos o sofrimento é incalculável, pois não existe instrumento que possa medir e comparar um sofrimento com outro. No entanto, ao abortar um anencéfalo os conflitos psicológicos podem se traduzir em traumas e sentimentos de culpa que acompanharão a mulher por toda a sua vida.

17. Como amparar a mãe durante a gravidez de uma criança anencéfala?
R.: O afeto é essencial neste momento. Será preciso deixar claro que a anencefalia não é um castigo e nem culpa da mãe. Algumas mulheres acreditam que tal fato ocorreu porque em determinada altura da gravidez houve, de sua parte, um sentimento de rejeição. Tais pensamentos devem ser eliminados. O casal deve estar bem unido e numa constante troca de sentimentos e atenção. O marido deve encorajar sua esposa a manter firme a esperança e manifestar a ela seu amor nos momentos de maior angústia e apreensão. O médico deve respeitar o momento difícil e expor, com simplicidade e abertura, todo os fatos que envolvem aquela circunstância. Os familiares e os amigos, respeitando os sentimentos da mãe, devem demonstrar maturidade nas posições, sem a intenção de induzir posturas contra a vida. Neste momento vale falar sobre o sentido da vida e dizer que um bebê anencéfalo não é uma coisa ou um monstro, mas um ser humano que apresentou falhas no curso do seu desenvolvimento e isso o levou a uma deficiência incorrigível.

18. Há absoluta certeza na palavra médica que diagnostica a anencefalia?
R.: Atualmente é possível diagnosticar a anencefalia sem muito erro, mas é bom esclarecer que há graus de anencefalia. Como foi mencionado anteriormente, o termo mais adequado é meroanencefalia, porque indica que parte do encéfalo está ausente. Pois o grau da anencefalia está relacionado com a parte ausente.
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